Ucrânia: Conselho de Segurança discute crise e Putin pede diálogo

O Conselho de Segurança das Nações Unidas debate a situação ucraniana nesta quinta-feira (8). No dia anterior, o presidente russo Vladmir Putin analisou os recentes acontecimentos no leste da Ucrânia com o presidente suíço Didier Burkhalter, que também preside a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).

Ucrânia - Russia Today / Vídeo

A reunião operativa do Conselho de Segurança focou nos temas atuais, sobretudo, com relação ao aumento da violência no leste da Ucrânia.

Segundo o porta-voz da Presidência russa Dmitri Peskov, durante a reunião com Burkhalter, Putin disse que o fim da operação militar lançada pelo governo interino da Ucrânia contra os civis no leste é uma premissa chave para a solução do conflito interno.

Leia também:
Neonazistas da Ucrânia ficam incólumes na mídia ocidental
PCdoB manifesta solidariedade ao povo ucraniano contra violência
Lavrov questiona negociações com aumento da violência na Ucrânia

Putin enfatizou que as posições das potências ocidentais contra a Rússia, como forma de responsabilizar o país pela desestabilização na Ucrânia, são uma armadilha daqueles que participaram na escalada das tensões e no encaminhamento da questão a uma rua sem saída.

O presidente russo reiterou que a origem da deterioração deve ser buscada em quem organizou a “revolução” em Kiev, ou seja, as ondas de protestos e distúrbios em Maidan, a praça central, logo tomados pelas forças fascistas e neonazistas e resultantes no golpe de Estado contra o presidente Víktor Yanukóvich, em fevereiro passado.

“Os responsáveis,” sublinhou Putin, “são os organizadores da tomada de poder, que não desarmam os grupos fascistas e de extrema-direita.”

O presidente também instou os ativistas do leste ucraniano, partidários da federalização, a prorrogar a realização do referendo, previsto para este domingo (11), com a ideia de propiciar um amplo diálogo nacional, a fim de aplacar o conflito interno.

Diálogo nacional contra a violência

Putin considerou necessário criar as condições para um diálogo entre o governo e os representantes de todas as regiões, mas insistiu no cessar imediato da operação militar repressiva e punitiva que as autoridades interinas lançaram contra os civis organizados no leste.

Para Putin, as eleições presidenciais anunciadas pelo governo golpista em Kiev para 25 de maio serão um passo correto apenas se os cidadãos do leste forem escutados, tiverem suas opiniões consideradas e seus direitos respeitados.

O presidente da Rússia esclareceu ainda que seu país retirou as tropas que mantinha em zonas próximas à fronteira com a Ucrânia, acusadas pelas potências ocidentais de preparar-se para uma “invasão”. As tropas russas estão em regiões onde são realizadas as manobras regulares das Forças Armadas, o que pode ser verificado por meio dos recursos de reconhecimento do espaço, disse Putin.

Burkhalter comunicou à imprensa, em Moscou, que a OSCE apresentará, em breve, uma proposta a todas as partes que assinaram os acordos de Genebra de 17 de abril, inclusive um representante da Ucrânia, para buscar uma solução à crise. “Estamos dispostos a assumir a coordenação e a troca em torno da questão ucraniana”, afirmou o presidente suíço.

Na sexta-feira (2) o Conselho de Segurança das Nações Unidas já havia adotado uma posição de defesa da diplomacia para a resolução da situação, agravada pela intensificação da violência.

Da Redação do Vermelho,
Com informações da ONU e da Prensa Latina