Rússia propõe resolução sobre a Ucrânia ao Conselho de Segurança

O ministro russo das Relações Exteriores Serguei Lavrov anunciou que Moscou submeteria um projeto de resolução ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, para a estabilização da situação ucraniana, nesta segunda-feira (2). A proposta pede o fim imediato das hostilidades e a criação de corredores humanitários no leste do país, mas os EUA reagiram dizendo que a Rússia "não se esforça" por fazer com que os grupos que classifica de "pró-russos" baixem as armas.

Ucrânia Rússia EUA União Europeia - Reuters/Jim Bourg

“Sobre as medidas necessárias para frear a violência na Ucrânia, estou convencido de que todos devem focar no cumprimento incondicional da declaração de Genebra de 17 de abril e do chamado mapa desenhado pelo presidente da Suíça, na atual presidência da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa,” disse o chanceler.

“Para que se alcance o cumprimento desses documentos, ambos iniciados com a exigência pelo fim de qualquer violência, a Rússia planeja submeter um projeto de resolução ao Conselho de Segurança”, continuou Lavrov. O documento, segundo o jornal Kyiv Post, inclui o estabelecimento de corredores humanitários no leste da Ucrânia e mais negociações.

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Segundo o chanceler, o projeto sugere os corredores “para ajudar os civis a deixarem as zonas de hostilidade, caso queiram fazê-lo”. A violência naquela região tem se intensificado desde o golpe de fevereiro deste ano, uma vez que diversas cidades e províncias recusam-se a reconhecer a legitimidade das autoridades que tomaram o poder.

Vários grupos montaram milícias e barricadas para combater as tropas enviadas pelo governo interino em uma operação militar classificada de “antiterrorista”, assim como para protegerem-se de ataques de paramilitares fascistas e neonazistas. Apesar destes episódios recorrentes de agressão contra civis e da recusa à legitimidade das novas autoridades, a mídia ocidental e seus governos continuam tratando a crise de forma tendenciosa.

“Estamos muito preocupados com o que está acontecendo. As pessoas morrem todos os dias e os civis sofrem cada vez mais. O Exército, a aviação de combate e as armas pesadas continuam sendo usada contra eles. Bairros residenciais estão em chamas e todas essas coisas podem ser assistidas quase ao vivo,” disse Lavrov.

“Infelizmente, a maior parte da mídia ocidental continua em silêncio sobre essas informações e mostram quadros diferentes. Por exemplo, fiquei surpreso quando assisti várias edições do [programa de notícias] Euronews em seguida e nenhuma palavra foi dita sobre a Ucrânia,” completou o chanceler.

Lavrov também ressaltou que as previsões ocidentais, com promessas de estabilização na Ucrânia após as eleições presidenciais, no final de maio, não se concretizaram. “Consideramos uma questão de princípios reafirmar a decisão o Conselho de Segurança sobre a validade das Convenções de Genebra [sobre os conflitos armados] e outras normas do direito internacional humanitário para exigir cumprimento estrito,” reiterou o chanceler.

Da Redação do Vermelho,
Com informações das agências de notícias russas