Ato político marca o encerramento do Congresso da UJS-Minas

Terminou neste sábado (10), em Contagem, o 11º Congresso da União da Juventude Socialista de Minas Gerais (UJS-Minas) – que reelegeu a presidenta Luiza Lafetá. Durante dois dias centenas de jovens de diversas cidades do estado ocuparam a Praça da Jabuticaba e interagiram com a população apresentando e debatendo as lutas e reivindicações da UJS-Minas. Segundo Luiza, a UJS será diferente depois deste congresso.

Da redação do Vermelho-Minas, Mariana Viel

Ato político UJS_1 - Fotos: Mariana Viel

O ato político deste sábado contou com a participação do futuro presidente nacional da UJS, Renan Alencar; do presidente estadual do PCdoB, Wadson Ribeiro; da deputada federal Jô Moraes; do prefeito de Contagem, Carlin Moura; dos vereadores Ricardo Faria (Contagem) e Tiago Santana (Betim), além de lideranças políticas da juventude do PT, PTB e do PMDB.

A atividade ressaltou as conquistas sociais – nas áreas da educação, do emprego, da distribuição de renda e do acesso à moradia – nos últimos 11 anos de governos democráticos progressistas à frente do governo federal. E reforçou a necessidade do aprofundamento de novos avanços no próximo período.

Para o futuro presidente da UJS nacional, a Reforma Política é um dos principais desafios da atualidade que irá assegurar à juventude brasileira mais presença nos espaços de poder do país. “Minas Gerais é um espaço muito importante para a história, a consolidação da nossa democracia e a economia do Brasil. Esse é um congresso que não foge também de colocar o dedo na ferida e debater a situação que hoje vive o estado. A propaganda que o governo de Minas veicula não mostra a mesma Minas Gerais que a juventude vive. Nossa juventude gostaria muito de morar no estado das propagandas do senador Aécio e do ex-governador Anastasia”, afirmou Renan.

Em sua intervenção, a deputada federal Jô Moraes elogiou a ousadia da direção da entidade ao realizar um congresso em uma praça pública: “um legítimo espaço do povo”. Ela exaltou a aula dada pelos MC’s e rappers que participaram do ato e sugeriu que as letras de suas músicas fossem transformadas nas propostas dos comunistas mineiros. “É uma vergonha que se fale que é normal espancar um jovem. É também uma vergonha que tenhamos chegado a mais de 20 linchamentos no Brasil apenas em 2014”.

A parlamentar defendeu ainda a aprovação no Congresso Nacional do projeto que extingue o Auto de Resistência, uma medida administrativa criada durante a ditadura militar brasileira para legitimar a repressão policial comum à época. “A polícia não pode matar sem a existência de um inquérito para investigar a sua ação”, encerrou Jô.

Wadson Ribeiro – ex-presidente nacional da entidade por duas gestões – falou do orgulho de ter dedicado a maior parte de sua própria juventude para militar na UJS. Ele lembrou que a história da entidade é marcada pelas grandes lutas da juventude brasileira. “A mesma UJS que foi criada para enterrar de vez a ditadura militar, que atuou durante a Constituinte pelo voto aos 16 anos, que reivindicou as eleições diretas para presidente da República, que levantou a bandeira pelo impeachment do Collor, que lutou contra o neoliberalismo e por políticas públicas de juventude, saiu às ruas de todo o país no ano passado para dizer que não estava morta e que queria defender seus direitos”.

Segundo ele, é essa mesma juventude que carrega o ‘S’ do socialismo – por um mundo diferente, com valores diferentes. “É essa juventude que está aqui em Contagem hoje para dizer e lutar por um mundo que se baseie no amor e na construção de uma pátria verdadeiramente justa”.

O prefeito Carlin Moura afirmou que deve à militância partidária e na UJS muito daquilo que é hoje. Ele defendeu a construção política através das instituições, dos movimentos sociais e dos partidos. “Somos a favor da política e da politização”, enfatizou. Segundo ele, foi na mesma praça utilizada para o congresso da UJS que a Prefeitura convidou a população de Contagem para participar do Planejamento Participativo e decidir os investimentos e caminhos do desenvolvimento da cidade. “Defendemos que governar é dialogar constantemente com o povo. Não governamos como muitos que se mantêm de costas para o povo”.

Carilin defendeu ainda a democratização da mídia e a liberdade de imprensa. “Democratizar a mídia não é cortar os direitos da imprensa, mas é assegurar que tenhamos um espaço legítimo para dizer as verdades para o povo. Assim como a imprensa, a forma que se faz política no Congresso Nacional também é monopolizada. E essa correlação de forças não é favorável para o povo”.

O Congresso de Minas também elegeu os delegados que irão participar do 17º Congresso Nacional da UJS – que acontece entre os dias 22 e 25 de maio, em Brasília.