PCdoB-CE: Encontro Estadual Sindical debate prioridades para 2014

Um dia para discutir política e ação sindical. Foi com entusiasmo que militantes comunistas e representantes de diversas frentes sindicais e de movimentos sociais participaram neste sábado (10/05) do Encontro Estadual Sindical do PCdoB, realizado no auditório do Comitê Municipal de Fortaleza.

A iniciativa da Secretaria Sindical do PCdoB-CE reuniu cerca de 60 pessoas que ratificaram a importância da unidade da força trabalhadora para garantir as conquistas para o povo brasileiro.

Nivaldo Santana, Secretário Sindical Nacional do PCdoB e Vice Presidente da CTB Nacional, participou do debate. O dirigente comunista iniciou sua intervenção fazendo um balanço da conjunta política nacional. “Se for para resumir o quadro político do país, estamos diante de uma grande encruzilhada política. A próxima eleição nos coloca diante do dilema: manter e aprofundar o ciclo progressista iniciado por Lula e continuado por Dilma ou retroceder ao conservadorismo marcado pelo desemprego, privatizações, desnacionalização da economia e todas as mazelas que temos na memória”, ratifica.

Segundo o sindicalista, o “centro de gravidade da luta política gira em torno da grande disputa entre partidos de esquerda contra o bloco conservador”. “E esse bloco não é formado apenas de partidos conservadores, mas pela mídia, parcelas do poder judiciário e outras estruturas do Estado, além de forças econômicas no Brasil e no exterior que têm o objetivo de desconstruir o atual governo”, alerta.

Santana citou o exemplo do Jornal Nacional, que induz a população a pensar que o Brasil “abriu falência e virou o caos total”. “Este tema é recorrente e sistemático. Não nos enganemos: nunca antes foram apresentadas tantas manifestações populares em rede nacional, quando a gente sabe que o intuito é bater na gestão de Dilma. Quando passar Copa e Eleições, tudo desaparecerá e os movimentos sociais perderão espaço na mídia”.

Batalha política

Nivaldo Santana considera que a principal batalha política para os movimentos sindicais e sociais como um todo neste ano é garantir a reeleição de Dilma à Presidência da República. “Sua vitória ou derrota vai representar o avanço ou o retrocesso do país para os próximos 20 anos. Não há nada mais importante para o futuro dos trabalhadores que o desfecho desta batalha eleitoral, por isso a necessidade do empenho profundo e compromissado de toda a classe trabalhadora. Precisamos readequar nossa agenda para que todos nós participemos de forma ativa deste processo eleitoral”.

O dirigente comunista destacou o pronunciamento de Dilma, exibido em cadeia nacional, na véspera do Dia do Trabalhador e o encontro nacional do PT, com a participação da direção do PCdoB, como uma reação ao bombardeio violento da mídia e uma demarcação de campo. “Essas ações foram importantes pois a presidenta pode se dirigir ao seu público alvo diretamente, sem intermediários ou deturpações”.

Sobre as candidaturas de oposição, Santana considera que os grupos também enfrentam problemas, com algumas “forças conservadoras de grandes grupos econômicos apontando para apoiar como candidatura principal o nome de Aécio Neves”. Ainda segundo Nivaldo, “Eduardo Campos serve para dividir os votos que poderiam ir para a esquerda. Por isso o incentivo da mídia”. Além disso, ele reforça que a maior dificuldade da oposição está em “construir um discurso que empolgue a maioria do país”. “Eles estão precisando fazer um verdadeiro contorcionismo verbal para se apresentar”, avalia.

Movimento sindical

Quanto ao movimento sindical, Nivaldo Santana reforça que a orientação do Comitê Central do PCdoB é fortalecer a CTB. “Desde que a Central foi fundada, em 2007, adquirimos novo protagonismo político. Participamos de fóruns e eventos, o que representou um salto de qualidade na intervenção dos comunistas no movimento sindical”, considera. Mas segundo o vice-presidente da CTB, ainda há muito caminho a percorrer. “Para garantir este fortalecimento, o principal caminho é ampliar o número de sindicatos filiados, com a aproximação de novas entidades”.

Dados apresentados por Nivaldo Santana apontam o crescimento da CTB: a entidade representa quase 10% dos trabalhadores sindicalizados do país, com cerca de mil sindicatos filiados e somando mais de 8 milhões de trabalhadores com papel ativo no sindicalismo nacional. “Mas precisamos crescer mais e filiar mais sindicatos. Para isto, cabe um planejamento estratégico de como conquistar novas entidades”, reforça.

O segundo caminho apontado por Santana é avançar na construção do PCdoB entre os trabalhadores. “Fortalecer a CTB é também fortalecer o PCdoB. Precisamos filiar mais trabalhadores, fazer curso de formação, fortalecer a política de quadros. Para sustentar nosso projeto político, precisamos estar enraizados na sociedade, com atuação partidária no trabalho, na moradia, escolas. Nosso Partido, do ponto de vista de sua composição social, deve ser majoritariamente de trabalhadores”, defende.

Após a intervenção de Nivaldo Santana, foi aberta a etapa de debates. Nela, os representantes dos diversos sindicatos e frentes sociais puderam expor e apresentar a realidade de cada entidade. Nagyla Drumont, secretária estadual de movimentos sociais do PCdoB-CE, ratificou a importância do fortalecimento da atuação dos comunistas. “Precisamos garantir a unidade das forças políticas e sociais, afinar nosso discurso e apontar para o rumo certo para garantir que a pauta dos trabalhadores do país seja debatida, aprofundada e conquistada. Sabemos as tarefas que temos pela frente e esta unidade deve ser a nossa força motriz para lutar pelo que vem pela frente”.

O presidente estadual do PCdoB-CE também participou do encontro. Luis Carlos Paes destacou a importância da iniciativa da Secretaria Estadual Sindical pois considera que para fortalecer o Partido no meio dos trabalhadores é preciso um processo de construção. “Confiamos e acreditamos nos quadros que estão dispostos a contribuir com o objetivo de tornar o PCdoB mais forte e atuante. Para isso é preciso conquistar novos companheiros e isso perpassa por um processo de convencimento e construção política que se dá no cotidiano”.

De Fortaleza,
Carolina Campos