Audiência colhe testemunhos sobre morte de Anísio Teixeira  

As circunstâncias da morte do professor Anísio Teixeira serão debatidas em audiência pública na Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (28). O educador foi encontrado morto num fosso de elevador, no Rio de Janeiro, em 14 de março de 1971. Apesar de a perícia ter afirmado, à época, que a morte foi acidental, há indícios de que ele teria sido, na verdade, vítima de assassinato pela repressão.

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Personagem importante na história da educação no Brasil, o educador, jurista e escritor difundiu os pressupostos do movimento Escola Nova, que enfatizava o desenvolvimento intelectual e a capacidade de julgamento em preferência à memorização.

No início da década de 1960, Teixeira foi um dos mentores da Universidade de Brasília (UnB), juntamente com Darcy Ribeiro. Em 1963, assumiu a reitoria da UnB, de onde foi afastado pelo golpe militar de 1964. Enfrentou, no dia 9 de abril daquele ano, a primeira invasão militar ao campus da universidade.

Para a deputada Luiza Erundina (PSB-SP), presidente da subcomissão da Verdade, ligada à Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Câmara, com os testemunhos que serão dados nesta audiência, será possível avançar no esclarecimento dos fatos sobre a morte de Anísio Teixeira.

Foram convidados para a audiência o professor da Universidade Federal da Bahia e biógrafo de Anísio Teixeira, João Augusto de Lima Rocha; o ex-preso político e ex-deputado federal, Haroldo Lima; o coordenador da Comissão Nacional da Verdade, Pedro Dallari; a representante da Comissão da Verdade do Estado do Rio de Janeiro, Nadine Borges; o representante da Comissão Anísio Teixeira de Memória e Verdade da Universidade de Brasília (UnB) Cristiano Otávio Araujo Pinto; e Carlos Antônio Teixeira, filho de Anísio Teixeira.

Da Redação em Brasília
Com Agência Câmara