Paraguaios se mobilizam contra a Lei privatizadora de Cartes
Os trabalhadores paraguaios rechaçam o latifúndio vigente no país latino, a injusta distribuição de terra – herança da ditadura Stroessner – e a situação do modelo agroexportador que permite à elite dominar economia nacional.
Publicado 28/05/2014 16:09

Sindicatos e organizações camponesas paraguaias começaram a se mobilizar por diferentes cidades do país, em rechaço à Lei de Aliança Público Privada, proposta pelo presidente colorado Horácio Cartes. Aprovada pelo senado em outubro, a lei vem sendo questionada por uma grande parcela da população que pede a imediata revogação da medida privatizadora.
Isso porque a Lei de Aliança Público Privada do Paraguai prevê a concessão de bens públicos e o direito à exploração de recursos naturais à empresas estrangeiras por até 30, 40 anos.
Entre as organizações presentes nos protestos se destacam a Federação Nacional Campesina, a Corrente Sindical Classista, a Organização de Trabalhadores da Educação e o Partido Paraguay Pyahurá, de raiz guarani, entre outros setores sociais.
As manifestações começaram pacíficas com distribuição de materiais informativos nas ruas centrais de Assunção, capital do país, e nas principais cidades. O objetivo é conscientizar a população sobre a intenção do governo de entregar empresas estatais e recurso naturais ao capital privado.
Um comunicado oficial das organizações sociais prevê manifestações nos municípios do interior e bairros mais afastados da capital que devem culminar numa grande mobilização nacional para o próximo dia 5 de junho no micro-centro de Assunção.
Neste dia será realizado um congresso cujo tema é “Terra, produção e soberania construindo um novo Paraguai”. Na ocasião serão planejadas novas estratégias para intensificar a luta que pressiona o público para revogar a Lei APP e rechaçar o domínio da economia pelas multinacionais.
Os manifestantes também repudiam o latifúndio vigente no Paraguai, a injusta distribuição de terra e a situação do modelo agroexportador que permite às elites dominantes monopolizar a economia paraguaia.
Outras bandeiras que serão defendidas pela população são saúde e educação totalmente gratuitas e de qualidade, reforma agrária e controle dos preços dos produtos da cesta básica.
Da redação do Vermelho com informações da Telesur