Milícias em Lugansk tomam quartel da Guarda Nacional

O quartel da Guarda Nacional ucraniana passou nesta quinta-feira (29) ao controle das milícias populares de Lugansk após longos confrontos e a rendição dos soldados que participam na operação militar-policial no sudeste do país.

Durante o assalto de quase quatro horas à unidade militar dessa estrutura militar, formada com ex-combatentes de organizações ultranacionalistas do ocidente ucraniano, as milícias sofreram baixas, com um ferido entre os soldados, segundo informou a Guarda Nacional.

As milícias populares, por sua vez, indicaram que um batalhão de voluntários foi desarmado no quartel 3035 das tropas de interior para pedir a rendição, mas um grupo de soldados e o comando se negaram a negociar e abriram fogo.

Um dos soldados narrou aos repórteres que alguns decidiram voltar para casa e quando se dirigiam para a saída foram atingidos por balas. Um dos jovens uniformizados ficou ferido, mas cinco conseguiram sair.

Entre confrontos e negociações para a rendição, muitas mães pediram à chefatura do quartel a libertação de seus filhos.

Enquanto isso, as forças de autodefesas reforçaram em um cerco suas posições ao redor da zona militar, diante da possibilidade de um ataque com reforços de grupos e carros blindados concentrados nos arredores de Lugansk, segundo informações da inteligência.

O chefe do Estado Maior do Exército do sudeste Guennadi Tsypkalo disse aos jornalistas do lugar que os soldados, muitos deles das cidades de Ivano-Frankovsk, Ternopol e Vinnitsa, serão devolvidos aos seus lares.

De Kiev, o ministro interino de Interior Arsén Avakov informou nesta quinta-feira que as forças regulares usaram todo o armamento deixado pelos milicianos no aeroporto internacional de Donetsk, tomado ontem pelo Exército, depois de vários dias de resistência das milícias.

Em sua página do Facebook Avakov assegurou que o lugar "está limpo de terroristas", mas ficaram suas armas. Acrescentou que no aeroporto não se observa o habitual tráfego de passageiros.

Os combates dentro da região administrativa de Donetsk começaram na segunda-feira após a incursão direta de aviões sobre a cidade e o metralhamento de zonas residenciais. Um dos focos de confrontos entre as autodefesas e as tropas enviadas por Kiev ocorreu no território do aeroporto internacional.

Cerca de 50 milicianos mortos, dezenas de feridos e ao redor de 200 vítimas civis é o resultado das ações do Exército contra a população do Donbass, segundo disseram representantes da República Popular de Donetsk. Uma reportagem do canal ucraniano de notícias TSN informou sobre o crescente descontentamento entre os soldados contratados pela Guarda Nacional para participar na operação militar-policial no oriente do país.

Aumenta o número de alistados que se negam a viajar ao leste por falta de abastecimentos às tropas e dos coletes anti-balas. Também, fica em evidência o temor de ser executado pelos esquadrões da organização fascista Setor Direito por se negar a disparar contra civis.

Fonte: Prensa Latina