Al-Sisi vence eleição presidencial no Egito e opositor rejeita números

O ex-general Abdel Fatah Al-Sisi foi eleito o novo presidente do Egito, nesta quinta-feira (29), com mais de 90% dos votos, após a prorrogação do prazo das eleições por dois dias, devido à baixa participação. Embora já haja estimativas sobre os votos depositados, o candidato esquerdista Hamdeen Sabahi disse, enquanto reconhecia o resultado, que os números não são confiáveis. Ainda assim, declarou: “É hora de respeitar a escolha do povo e admitir a minha derrota.”

Egito - Assabeel

A estimativa sobre o número de votos depositados, para diplomatas estrangeiros citados pela agência de notícias Reuters, é de 10 a 15 milhões, mas os números oficiais estimam 24 milhões de votos dirigidos a Al-Sisi. Segundou uma fonte citada pelo portal Middle East Monitor, a participação eleitoral foi de 19% a 28%, o que levantou preocupação sobre a possibilidade de questionamento da legitimidade do novo governo.

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Ainda assim, o presidente eleito disse que escolherá “combatentes” para possibilitar a “segurança e a estabilidade” no Egito. Em declarações ao jornal Al-Jareeda, do Kuwait, ele afirmou: “O Egito não retrocederá. Nós escolheremos lutadores para alcançar nossas prioridades em segurança e estabilidade, sem excluir outros; nossos braços estão abertos a todos que queiram construir a nação.”

“Sabemos que há quem tema o retorno ao passado; isso não vai acontecer. Não há retorno. Vamos avançar. Não temos tempo para as nossas diferenças ou para dedicarmo-nos a conflitos. Abriremos as nossas portas a todos que queiram participar na construção da nação,” disse o Al-Sisi, que liderou o movimento de destituição do ex-presidente Mohamed Mursi, da Irmandade Muçulmana, em julho de 2013, prometendo a proteção ao secularismo.

Sisi referiu-se às análises sobre o seu papel enquanto militar e o medo de retrocesso no que ficou denominado “Revolução de Janeiro”, que, em 2011, derrubou o regime ditatorial de três décadas do também militar Hosni Mubarak, através dos protestos massivos pelo país.

O presidente eleito disse que busca “parcerias reais que satisfaçam todos os egípcios” e que está “trabalhando para acalmar os jovens e contê-los,” enquanto o país ainda é palco de manifestações intensas em protesto contra a própria derrubada de Mursi e, principalmente, contra a repressão e proibição da Irmandade Muçulmana e outros grupos políticos pelo governo interino de Adly Mansour.

Al-Sisi foi eleito com 93,3% dos votos, de acordo com estimativas oficiais, enquanto Sabahi recebeu apenas 3%. Além disso, 4% dos votos foram considerados inválidos. Sabahi fez denúncias sobre um ambiente que considerou “prejudicial à democracia”, sobre a “tendenciosidade” da mídia nacional e sobre os números divulgados, mas afirmou: "Pelo bem do Egito, aceito os resultados final, apesar de todas essas falhas.”

Com informações de agências árabes e internacionais,
Da Redação do Vermelho