Chanceler do Irã denuncia extremismo e ingerência no Oriente Médio

O aumento do extremismo e do sectarismo no Oriente Médio voltou a ser ressaltado pelo chanceler do Irã, Mohammad Javad Zarif, nos bastidores da 17ª Conferência Ministerial do Movimento dos Não Alinhados (MNA), na Argélia, nesta quinta-feira (29). Zarif afirmou veementemente sua oposição à ingerência estrangeira em casos como o da Síria, em que se comprova frequentemente o respaldo dos EUA, de potências europeias e de vizinhos árabes aos grupos armados.

Estado Islâmico do Iraque e da Síria - Yaser Al-Khodor / Reuters

Durante as conferências internacionais realizadas há dois anos e entre o fim de 2013 e o início de 2014, a urgência do combate ao terrorismo foi enfatizada pelo governo sírio, pela Rússia e a China, além de países também diretamente afetados, como o Líbano e o Iraque, que também rechaçaram a ingerência estrangeira na crise na Síria e na região.

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Para Zarif, é consensual que a Síria e o Iraque sofrem as consequências do impulso ao extremismo, perigo para o qual o mundo inteiro deve despertar. Neste sentido, o respaldo direto da Arábia Saudita a grupos islamitas como o Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL) tem sido denunciado com frequência, assim como o apoio dos EUA, de países europeus, da Turquia e, até recentemente, do Catar, aos diversos grupos paramilitares.

“A intervenção estrangeira nos países da região precisa cessar e todos devem ter o direito de determinar seu próprio destino”, disse Zarif. “Estou certo de que o povo sírio está empenhado em decidir seu destino através da unidade.”

A Síria já iniciou eleições presidenciais nas embaixadas por todo o mundo, nesta quarta-feira (28), e irá realizá-las no país na próxima terça (3/6), conforme previsto em sua Constituição, apesar das declarações contrárias de diversos líderes mundiais, até mesmo do secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, dos EUA e da União Europeia, que alegam que, nas atuais condições, as votações não serão credíveis ou “não contribuirão para a redução da violência”, segundo Ban.

“O processo político na Síria constitui a entrada de todas as partes interessadas no destino do país, e estou certo de que o processo em curso eventualmente beneficiará o povo sírio”, disse Zarif.

Da Redação do Vermelho,
Com informações da PressTV