Líbano enfrenta vácuo presidencial com o fim do mandato de Suleiman
O Conselho de Segurança das Nações Unidas emitiu uma declaração, na quinta-feira (29), expressando “frustração e preocupação” com a falta de eleições presidenciais no Líbano dentro do período constitucional e pediu ao parlamento libanês que se esforce para realizá-las sem mais atrasos. O mandato do atual presidente Michel Suleiman terminou no domingo (25) sem que o parlamento, dividido, chegasse a um consenso sobre um novo candidato.
Publicado 30/05/2014 15:48

O presidente do Parlamento Nabih Berri teve de adiar a sessão que elegeria o novo presidente, inaugurada na quinta-feira passada (22) devido à falta de quórum e pediu sessões abertas até que terminasse o mandato de Suleiman, no domingo (25). No dia anterior, uma sessão também havia sido aberta para discutir um apelo do atual presidente para a resolução do impasse.
O jornal As-Safir citou fontes da aliança 8 de Março – em que se inclui o movimento de resistência e partido Hezbolá – enfatizando que não participariam da sessão “porque o nome do próximo presidente ainda não está amadurecido, e a coalizão 14 de março deveria saber que não importa quão frequentes sejam as sessões eleitorais nestas circunstâncias, não haverá um presidente sob as atuais condições.”
Fontes do Movimento Patriótico Livre, de direita e integrante da aliança 14 de março, declarou que o partido está se organizando para boicotar sessões do gabinete de governo depois do fim do mantado de Suleiman para protestar contra a falta de escolha de um novo presidente.
Novamente, surge na discussão política a situação da vizinha síria, enquanto o Conselho de Segurança também afirma ser “importante, para todos os partidos libaneses, respeitarem a política do Líbano de dissociação” e para “evitarem qualquer envolvimento na crise síria.”
Entretanto, forças da resistência como o Hezbolá têm ressaltado frequentemente a inevitabilidade do envolvimento, uma vez que o movimento de desestabilização da Síria também afeta o Líbano desde o seu interior. O conflito no país vizinho já ultrapassou as fronteiras há meses, o que justifica a coordenação de esforços no combate aos grupos extremistas e ao terrorismo que vitima toda a região.
No último dia do mandato presidencial, o primeiro-ministro Tammam Salam também fez referência ao Dia da Liberação, quando “em 2000, os líderes libaneses, o povo e a resistência conquistaram uma vitória esmagadora contra o adversário israelense expulsando o último soldado dos nossos territórios ocupados por tanto tempo por nossos inimigos.” Por isso, a mensagem de Salam retomou a importância da unidade nacional para combater as estratégias externas de desestabilização do Líbano e de fragmentação do povo.
Além disso, durante a conferência ministerial do Movimento dos Não Alinhados, na Argélia, o chanceler libanês Gebran Bassil sublinhou que o país está na dianteira frente da luta contra o terrorismo que assola a região.
Da Redação do Vermelho,
Com informações de Al-Akhbar e Al-Manar