PC português exige demissão do governo e eleições antecipadas

O Partido Comunista Português (PCP) apresentou recentemente uma Moção de Censura ao governo, contra a “política de exploração e empobrecimento”, questionando a legitimidade do atual poder em Portugal. Nesta sexta-feira (30), líderes comunistas discursaram na Assembleia da República pedindo a demissão do governo e a convocação de eleições antecipadas, uma vez que o rechaço popular aos planos de arrocho é crescente e se verifica nas ruas.

De acordo com o PCP, em seu texto da Moção de Censura apresentado na segunda-feira (26), “a maioria existente na Assembleia da República apenas se pode manter contra a vontade dos portugueses e não corresponde às suas opções políticas e eleitorais”. O texto refere-se à maioria conformada pelo Partido Social Democrata (PSD) de Pedro Passos Coelho, primeiro-ministro; o Partido Socialista (PS), do ex-premiê José Sócrates, e o Centro Democrático Social-Partido Popular (CDS-PP), de Paulo Portas, vice-primeiro-ministro.

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Juntos, os três partidos, que instauraram as políticas de arrocho ditadas pela troika de credores internacionais (Banco Central Europeu, Comissão Europeia e o Fundo Monetário Internacional), têm 206 dos 230 assentos na Assembleia, o parlamento unicameral. Para o PCP, “manter em funções este governo e esta maioria parlamentar é impor aos portugueses aquilo que pela luta e pelo voto os portugueses já disseram não querer.”

Assista a seguir à apresentação da Moção de Censura pelo presidente do Grupo Parlamentar, João Oliveira, na segunda-feira (26).

Os comunistas portugueses voltaram a enfatizar, em sua Moção de Censura, o que se mostra como a “mais grave situação nacional desde os tempos do fascismo, com o afundamento econômico e social do país e o empobrecimento e exploração do povo e dos trabalhadores”. A situação, entretanto, deve ainda agravar-se, segundo as estratégias anunciadas pelo governo.

A análise sobre o rechaço dos portugueses às políticas da direita no poder também partiu do resultado nas eleições para o Parlamento Europeu, no domingo (25), em que a esquerda obteve logros importantes. Além disso, as constantes manifestações populares contra as medidas de arrocho e o empobrecimento expressivo são evidências claras da insatisfação com o rumo imposto pelas forças no poder.

Neste sentido, os comunistas portugueses voltaram a exigir a demissão do governo, a dissolução da Assembleia da República e a convocação de eleições legislativas antecipadas, “com objetivo mais amplo de afirmar a ruptura com a política de direita e abrir caminho a uma política alternativa, patriótica e de esquerda que corresponda às aspirações e anseios dos trabalhadores e do povo”.

Com informações do Partido Comunista Português,
Da Redação do Vermelho