Em Portugal, comunistas debatem união por política alternativa
O Partido Comunista Português (PCP) promoveu recentemente duas reuniões com democratas e patriotas não filiados, com a presença do secretário-geral Jerônimo de Sousa. Em debate estiveram os caminhos da necessária "alternativa patriótica e de esquerda", assente na exigência da ruptura com a política de direita e que tem como elementos decisivos o desenvolvimento e intensificação da luta dos trabalhadores e do povo, de acordo com o jornal do partido, Avante!
Publicado 27/06/2014 16:07
As propostas foram reafirmadas no encontro com base no comunicado da reunião do Comitê Central do PCP, realizada no final de maio, e retomam a tese congressual relativa às condições necessárias para a construção da alternativa à política de arrocho e ataque sistemático às conquistas dos trabalhadores pelo governo de direita em Portugal.
"Sendo a convergência dos democratas e patriotas um processo complexo que se firma na luta concreta e quotidiana, encontros como estes permitem, como permitiram, uma discussão aprofundada e frutuosa, capaz de esclarecer dúvidas e aproximar posições," afirma a matéria na edição desta semana do Avante.
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Em ambas as reuniões, que decorreram sob o lema "Diálogo e Ação para a Alternativa Patriótica e de Esquerda", continua o texto, partiu-se da necessidade e urgência da ruptura com décadas de política de direita e dos eixos fundamentais da alternativa proposta pelo PCP para trocar ideias e experiências e ouvir críticas e propostas daqueles que partilham com os comunistas e os seus aliados inúmeras batalhas políticas.
Entre as questões a que o dirigente comunista Jerônimo de Sousa procurou responder esteve o tipo de ruptura necessária à construção de uma verdadeira política alternativa, patriótica e de esquerda. Além disso, o dirigente falou da ligação existente entre a luta que hoje se trava contra a exploração e o empobrecimento e os objetivos mais gerais do Partido, como a construção de uma sociedade sem exploração do homem pelo homem.
Para o secretário-geral do PCP, a correlação de forças é ainda claramente desfavorável aos comunistas e restantes forças progressistas, estando-se ainda em pleno processo de resistência, em Portugal e à escala mundial.
Contudo, garantiu, a resistência é "a primeira pedra da construção", pelo que, na luta contra a atual ofensiva do grande capital está o germe das rupturas e das transformações sociais. O avanço eleitoral registrado pela coalizão de esquerda nas eleições para o Parlamento Europeu, em 25 de maio, e os processos progressistas em curso em diversos países da América Latina são dois elementos que provam que é possível resistir avançando.
Valorizando os cerca de 13 mil independentes que aceitaram dar a cara pela coalizão de esquerda como candidatos nas últimas eleições autárquicas, Jerônimo de Sousa reafirmou ainda o caráter estratégico da luta de massas para empreender as necessárias rupturas. "É na luta que se forma a consciência", afirmou, acrescentando que em muitas situações lutar é em si mesmo um ato de heroísmo.
Com informações do Avante!
Da Redação do Vermelho