Soldados reprimem protestos na Tailândia contra junta golpista
Centenas de soldados e policiais reprimiram nesta sexta-feira (30) pelo segundo dia consecutivo os protestos contra a junta militar constituída depois do golpe de Estado de 22 de maio na Tailândia.
Publicado 30/05/2014 15:37
Dezenas de manifestantes foram detidos nas imediações do Monumento da Vitória por agentes munidos com material antidistúrbios e sob as instruções que saíam de alto-falantes de veículos militares.
Os militares aumentaram o controle depois do golpe – há mais de uma semana – com a derrogação da Constituição, exceto alguns artigos como os referentes à monarquia, a censura à imprensa e a detenção de opositores.
Em 24 de maio, o responsável pelo golpe de Estado, Prayuth Chan Ocha, ordenou à junta militar que continuasse a perseguição de políticos contrários à ação.
O Exército citou 35 pessoas, entre elas professores universitários, com o propósito de comparecer ante um tribunal sob a ameaça de dois anos de prisão se não comparecerem ao chamado.
Na lista figuram os professores Worachet Pakeerut e Sawatri Suksri, da Universidade de Thammasat, ambos do coletivo Nitirat, que defende a reforma da lei que castiga com até 14 anos de prisão comentários em detrimento da coroa.
Um total de 155 políticos e membros do governo deposto, entre eles a ex-primeira ministra, Yingluck Shinawatra, e 22 membros de seu clã familiar, foram detidos depois de comparecer ante uma audiência militar.
Shinawatra e outros dirigentes políticos foram transportados a uma base militar, mas já estão livres, explicou ante a imprensa o porta-voz do Exército, Winthai Suvaree.
Faz duas semanas que Shinawatra saiu do poder por decreto do Corte Suprema de Justiça, e seu lugar foi assumido por Niwattumrong Boonsongpaisan, por sua vez defenestrado pela junta militar autodenominada Conselho Nacional da Paz e da Ordem.
Chan Ocha, de 60 anos de idade, disse anteriormente que as Forças Armadas estiveram fora do conflito político e solicitou uma mudança na primeira magistratura que de maneira neutra consumasse reformas antes da celebração de novas eleições legislativas.
Fonte: Prensa Latina