Termina prazo para indicação de membros para CPMI dos Metrôs 

Terminou na noite desta quinta-feira (29) o prazo para os líderes partidários indicarem os 14 deputados e os 14 senadores que vão integrar a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Metrôs. Até o fim da tarde de ontem, havia a indicação de todos os deputados federais. No Senado, o bloco parlamentar da Maioria (PMDB, PP, PSD e PV), da Minoria (PSDB, DEM e SD) e o Pros não tinham definido seus representantes. 

Se o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), seguir o critério que adotou para as duas CPIs da Petrobras – a exclusiva do Senado e a mista -, ele deverá indicar os membros da CPI mista no fim da próxima semana, se os líderes não o fizerem até lá.

A CPI mista foi pedida pela base do governo para apurar irregularidades nos metrôs de São Paulo e do Distrito Federal. O objetivo é investigar denúncias de formação de cartel e corrupção de autoridades, além de outros ilícitos nos contratos, licitações, execução de obras e manutenção das linhas de trens e de metrôs.

O líder do PT na Câmara, deputado Vicentinho (SP), ao anunciar os nomes da bancada petista que vão compor a CPMI dos Metrôs em São Paulo, durante as gestões do PSDB, e no Distrito Federal, durante o governo de José Roberto Arruda, então no DEM, atualmente no PR, informou também que Renato Simões (PT-SP) foi indicado pela bancada para assumir a presidência ou a relatoria da CPMI.

Simões foi deputado estadual pelo PT paulista e, na Assembleia Legislativa (Alesp), se destacou pelas cobranças de investigação desse e de outros casos de corrupção envolvendo o governo tucano em São Paulo. A base governista na Alesp, entretanto, barrou mais de 70 pedidos de abertura de CPIs na última década.

Quebrar a blindagem

“Essa CPMI no Congresso Nacional pode quebrar a blindagem que ronda os governos do PSDB em São Paulo há quase 20 anos”, afirma Simões. “Nunca o governo do estado, nas várias denúncias de corrupção que enfrentou, permitiu que as denúncias fossem investigadas por um órgão independente. Não apenas porque a Assembleia Legislativa foi sempre controlada por uma maioria avessa a CPIs, mas também porque o governo calou o Ministério Público e a imprensa de São Paulo”, acrescentou Simões.

O parlamentar lembra que a CPMI só vai funcionar porque ocorreram investigações sobre o caso fora do País e que elas levaram à abertura de inquéritos e indiciamentos de funcionários do estado e de autoridades tucanas.

“Espero que a CPMI possa passar a limpo esses contratos, um dos quais já está comprovadamente maculado pela corrupção, e dar uma satisfação ao povo de São Paulo e do Brasil sobre os recursos públicos investidos no transporte público que acabaram sendo desviados pela corrupção”, declarou Simões.

Para Renato Simões, os tucanos “se autoconcederam um atestado de moralidade pública em São Paulo” que vai passar agora pelo primeiro teste num espaço com visibilidade nacional. “Esperamos que eles não impeçam as investigações e que colaborem para que a verdade seja descoberta. Será um teste importante para ver como os tucanos se comportam quando precisam explicar atos de corrupção no seu próprio ninho”, cutucou Simões, referindo-se à principal pauta do PSDB no Congresso Nacional.

A CPMI do cartel poderá ser instalada na próxima semana e vai investigar a formação de cartel que envolveu as empresas Alstom e Siemens, entre outras, para o controle das licitações de reforma e aquisição de trens em São Paulo.

Foram indicados para a CPI mista os deputados Dr. Rosinha (PT-PR), Renato Simões (PT-SP), Alexandre Santos (PMDB-RJ), José Priante (PMDB-PA), Eduardo Sciarra (PSD-PR), Guilherme Campos (PSD-SP), Mendes Thame (PSDB-SP), Luiz Fernando Faria (PP-MG), Bilac Pinto (PR-MG), Dr. Ubiali (PSB-SP), Alexandre Leite (DEM-SP), Wladimir Costa (SD-PA), Eros Biondini (PTB-MG) e Delegado Protógenes (PCdoB-SP).

Os senadores são: Walter Pinheiro (PT-BA), Eduardo Suplicy (PT-SP), Acir Gurgacz (PDT-RO), Gim Argelo (PTB-DF), Antonio Carlos Rodrigues (PR-SP) e Antonio Carlos Valadares (PSB-SE).

Da Redação em Brasília
Com agências