Uso unilateral da força é o principal desafio para os Não Alinhados

O recurso unilateral à força é um dos principais desafios que o Movimento dos Países Não Alinhados (Noal) enfrenta, destaca a Declaração Final da 17ª Reunião de chanceleres de acordo com informações divulgadas nesta sexta-feira (30) em Argel, capital da Argélia.

Cartaz do Movimento dos Países Não Alinhados

Essa política, junto à escalada do terrorismo, com os quais o Movimento se vê enfrentado, constituem um desafio para os integrantes do Noal, que foi fundado sobre os princípios da consagração do respeito à soberania dos estados, sua independência política e sua integridade territorial, diz o texto.

Os parágrafos foram extraídos do esquema da Declaração Final, ainda pendente de redação em sua forma definitiva, a qual deve servir de base para os trabalhos da 17ª Cúpula do Noal, programada para ocorrer em 2015 em Caracas, a capital venezuelana.

Nessa ocasião, a Venezuela, que recebeu apoio unânime dos chanceleres diante da ingerência em seus assuntos internos pelo governo dos Estados Unidos, assumirá por três anos a presidência rotativa do Noal, desempenhada desde setembro de 2012 pela República Islâmica do Irã.

A conferência ministerial também pronunciou-se pela democratização do sistema internacional, inclusive pela reforma do Conselho de Segurança da ONU, "já que o Noal é uma organização importante em particular para os países do sul".

Entre os temas analisados pelos chanceleres está o bloqueio estadunidense contra Cuba, que aparece condenado no projeto da Declaração de Argel, bem como a crise na Palestina pela ocupação militar israelense.

O Noal, como princípio, condena as medidas punitivas contra a Maior das Antilhas e seus membros votam a favor das resoluções apresentadas pela delegação cubana ante a Assembleia Geral da ONU, que obtêm um apoio acachapante, com as isoladas negativas de Estados Unidos e Israel.

Cuba, membro fundador dos Não Alinhados, presidiu esse movimento por três anos em duas ocasiões, 1979-82 e 2006-2009, quando passou a função ao Egito, que por sua vez foi sucedido pelo Irã.

Fonte: Prensa Latina