"A pátria é inegociável", afirma a presidenta argentina em discurso

"Algumas coisas são inegociáveis, como entregar a pátria aos abutres que querem despedaçá-la", afirmou a presidenta argentina, Cristina Kirchner, diante de uma calorosa multidão de jovens militantes que foram até a Casa Rosada para escutá-la na noite desta quarta-feira (4).

Cristina Kirchner - Telám

A presidenta se dirigiu aos militantes de várias organizações que encheram os dois pátios interiores do Palácio de Governo, após anunciar a ampliação de dois programas de saúde pública e o envio de um anteprojeto ao Congresso para melhorar as aposentadorias.

Em uma reflexão, Cristina se referiu à decisão de mais de uma centena de parlamentares britânicos, que assinaram uma moção de apoio à Argentina contra os fundos "abutres", e fez comparações com os "problemas para se chegar a um consenso mínimo" sobre esse tema na Argentina.

Segundo a presidenta, esse chamado é para evitar que "os abutres" lucrem com a Argentina e desta maneira provoquem um descumprimento de pagamentos".

"Por que alguns não conseguem distinguir um governo que tem os interesses da Pátria?", perguntou ela, que também enfatizou que "há apenas uma forma de entender a pátria, que é amá-la e defende-la com a própria vida se for necessário".

A presidenta disse que "qualquer argentino tem direito a não acreditar em nosso governo", mas afirmou que "algumas coisas são inegociáveis, como entregar a pátria aos abutres que querem despedaçá-la".

Cristina  fez alusão ao litígio que seu país enfrenta na justiça dos Estados Unidos, onde se dirigiu à Corte Suprema para apelar a uma sentença de um juiz nova-iorquino que beneficia grupos de investidores financeiros em detrimento dos acordos de intercâmbio selados pela Argentina com 93% de seus credores.

Segundo demanda a medida do juiz Thomas Griesa, até que a Argentina não pague aos fundos "abutre", também não deveria saldar com nenhum credor que tenha entrado nos acordos de intercâmbio entre 2005 e 2010, uma decisão que poderia obrigar o país a descumprir com os pagamentos comprometidos.

O tribunal supremo estadunidense deve deliberar em 12 de junho se analisa a apelação apresentada pela Argentina, se a desconsidera ou se consulta com a administração do presidente Barack Obama sobre este assunto espinhoso.

Fonte: Prensa Latina