Brasil exporta modelo de bolsas de pós-gradução para África
O modelo brasileiro de gestão de bolsas para mestrado e doutorado vai ser exportado para a África. Em breve, o Banco Mundial instalará no continente o ‘Africa Centers of Excellence Project’, inspirado na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), fundação vinculada ao Ministério da Educação brasileiro (MEC).
Publicado 06/06/2014 11:35
A instituição atenderá 19 de centros de pesquisas que atenderão, na primeira fase do projeto, oito países africanos – Benim, Burkina Faso, Camarões, Gana, Gâmbia, Nigéria, Senegal e Togo.
De acordo com o Banco Mundial, o projeto foi aprovado em abril pela diretoria da instituição e está em fase de reuniões para definir como os centros da África vão trabalhar com as universidades brasileiras e com a Capes. Os centros serão gerenciados por meio da Associação das Universidades Africanas.
Tremendo ganho
“Vemos um tremendo ganho nesta parceria entre Brasil e África”, ressalta a nota encaminhada pelo Banco.
Uma reunião agendada para a próxima segunda-feira (9) em Dacar, no Senegal, contará com a participação de uma comitiva de especialistas brasileiros dos setores da saúde, agricultura, tecnologia da informação, engenharia e tecnologia de alimentos, como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
“Os centros africanos serão formados por essas áreas. Em Dakar vamos discutir a melhor estratégia para desenvolver esse trabalho”, disse o presidente do Capes, Jorge Guimarães. Hoje, a África contribui com 0,07% de pedidos de patentes mundiais e possui uma das taxas mais baixas de pesquisadores na comparação do percentual populacional.
A primeira fase do projeto terá custo de US$150 milhões e pode mudar o atual índice de inscrição de estudantes na educação superior da África subsaariana, a mais baixa entre outras regiões do mundo, de acordo com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
De acordo com o Banco Mundial o investimento em educação na África são essenciais para a manutenção do atual ritmo de crescimento do continente. A África subsaariana possui um déficit de milhões de especialistas com formação superior.
Produção científica brasileira
Nos últimos 10 anos a Capes foi uma das responsáveis pela expansão da produção científica e do número de revistas brasileiras indexadas internacionalmente e artigos publicados no exterior.
A produção científica do Brasil corresponde a 2,7% do total mundial. Há dez anos, esse percentual era de cerca de 1%. De acordo com o Banco Mundial, após a implantação do projeto nas regiões central e oeste da África, o projeto poderá ser ampliando para as regiões sul e leste.
Da Redação em Brasília
Com informações do brazilafrica