Brasil exporta modelo de bolsas de pós-gradução para África 

O modelo brasileiro de gestão de bolsas para mestrado e doutorado vai ser exportado para a África. Em breve, o Banco Mundial instalará no continente o ‘Africa Centers of Excellence Project’, inspirado na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), fundação vinculada ao Ministério da Educação brasileiro (MEC). 

Brasil exporta modelo de bolsas de pós-gradução para África - Gates Foundation

A instituição atenderá 19 de centros de pesquisas que atenderão, na primeira fase do projeto, oito países africanos – Benim, Burkina Faso, Camarões, Gana, Gâmbia, Nigéria, Senegal e Togo.

De acordo com o Banco Mundial, o projeto foi aprovado em abril pela diretoria da instituição e está em fase de reuniões para definir como os centros da África vão trabalhar com as universidades brasileiras e com a Capes. Os centros serão gerenciados por meio da Associação das Universidades Africanas.

Tremendo ganho

“Vemos um tremendo ganho nesta parceria entre Brasil e África”, ressalta a nota encaminhada pelo Banco.

Uma reunião agendada para a próxima segunda-feira (9) em Dacar, no Senegal, contará com a participação de uma comitiva de especialistas brasileiros dos setores da saúde, agricultura, tecnologia da informação, engenharia e tecnologia de alimentos, como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

“Os centros africanos serão formados por essas áreas. Em Dakar vamos discutir a melhor estratégia para desenvolver esse trabalho”, disse o presidente do Capes, Jorge Guimarães. Hoje, a África contribui com 0,07% de pedidos de patentes mundiais e possui uma das taxas mais baixas de pesquisadores na comparação do percentual populacional.

A primeira fase do projeto terá custo de US$150 milhões e pode mudar o atual índice de inscrição de estudantes na educação superior da África subsaariana, a mais baixa entre outras regiões do mundo, de acordo com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

De acordo com o Banco Mundial o investimento em educação na África são essenciais para a manutenção do atual ritmo de crescimento do continente. A África subsaariana possui um déficit de milhões de especialistas com formação superior.

Produção científica brasileira

Nos últimos 10 anos a Capes foi uma das responsáveis pela expansão da produção científica e do número de revistas brasileiras indexadas internacionalmente e artigos publicados no exterior.

A produção científica do Brasil corresponde a 2,7% do total mundial. Há dez anos, esse percentual era de cerca de 1%. De acordo com o Banco Mundial, após a implantação do projeto nas regiões central e oeste da África, o projeto poderá ser ampliando para as regiões sul e leste.

Da Redação em Brasília
Com informações do brazilafrica