Coletiva de imprensa expõe situação difícil do futebol palestino

Aconteceu nesta segunda-feira (9) no Sindicato dos Jornalistas, em São Paulo, coletiva de imprensa com membros da delegação da seleção palestina de futebol. O objetivo da atividade, por parte dos palestinos, era expor, através de suas falas e também de um vídeo que foi apresentado para os os jornalistas presentes, as agressões que seu povo e, consequentemente, os praticantes de futebol sofrem por parte de Israel.

palestina - Clécio Almeida

Participaram da coletiva além de membros da seleção nacional Palestina, inclusive o capitão da equipe Roberto Kettlun, o presidente da Federação local, Jibril Rajub, a representante da Confederação Asiática de Futebol, Susan Shalabi e o embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben.

O presidente da Federação Palestina de Futebol, Jibril Rajub, foi o primeiro a falar, e abriu sua exposição afirmando que seu objetivo é “desenvolver o esporte no país através do respeito ao humano”. Logo depois fez uma série de acusações aos israelenses que chegam a “barrar a entrada de equipamentos esportivos no território palestino”.

Para ele Israel comercializa o holocausto de diversas formas, como, por exemplo o cinema, mas no fim “agem da mesma forma com o povo da Palestina”.

Logo após a fala de Rajub, a dirigente Susan Shalabi apresentou uma reportagem sobre o Beitar Jerusalem, clube sionista que não aceita atletas de origem árabe. Com cantos racistas e comportamento violento, os torcedores da equipe israelense agem de uma forma, que para o atleta Roberto Kettlun, “seriam punidos pela FIFA se fosse de qualquer outra parte do planeta que não Israel”.

Outro ponto que causou impacto nas apresentações de Shalabi foi o caso do atleta, que atuava pelo Bittin, Sarji Darweesh, de apenas 18 anos, que foi assassinado por soldados israelenses “por se aproximar de um local de onde costumam ser atiradas pedras contra os israelenses”, segundo a nota de explicação de um membro da corporação militar de Israel. Ou seja, o israelense considerou normal atirar em alguém com uma arma de fogo mesmo quando tudo que o outro lado pode oferecer são pedras.

Antes do final da atividade, ao ser questionado sobre a relação da federação que preside com a Federação Israelense de Futebol, Jibril Rajub foi enfático ao colocar que “não existe nenhuma relação entre as entidades”. Para ele “não se pode aceitar que um exército invada um campo de futebol e interrompa, usando armas de fogo, uma partida de futebol entre crianças”.

Sobre o governo brasileiro o dirigente coloca que tanto o governo como o Ministério dos Esportes se mostram “muito solidários com a causa palestina”.

No final da coletiva, Mateus Fiorentini, diretor de Relações Internacionais da UNE, demonstrou “todo apoio e solidariedade com os palestinos e sua luta legitima por reconhecimento” e em troca recebeu um convite oficial para visitar o país do Oriente Médio e realizar lá uma partida amistosa de futebol entre os estudantes brasileiros e palestinos.

Fonte: UJS