Irã realiza esforços diplomáticos para discutir crise no Iraque

O presidente iraniano, Hassan Rouhani, garantiu nesta sexta-feira (13) ao premiê do Iraque, Nouri al-Maliki, pleno apoio para combater o terrorismo no país vizinho, uma cooperação também expressada através de chanceleres e líderes religiosos regionais.

Primeiro-ministro do Iraque Nuri al-Maliki. - HispanTV

Durante uma conversa telefônica, Rouhani manifestou a Maliki que Teerã fará o máximo possível a nível regional e internacional "para combater a matança e os crimes dos terroristas … porque não toleraremos que aqueles que apoiam o terrorismo desestabilizem o Iraque".

O presidente persa também elogiou o discurso do influente clérigo xiita iraquiano, Grande Ayatolah Alí Al-Sistani, a quem os cidadãos de seu país, em particular os que partilham dessa vertente do islamismo, tomem as armas para combater aos "takfires" (extremistas sunitas).

Rouhani elogiou a unidade dos iraquianos que se alistaram como voluntários para defender suas cidades da ofensiva do Estado Islâmico do Iraque e o Levante (EIIL) e disse confiar em que possa ser restabelecida em breve a normalidade, um gesto que agradeceu A o-Maliki, segundo a agência IRNA.

A disposição iraniana em ajudar seu vizinho, com a que compartilha ao fato de ter uma população maioritariamente xiita, obedece ao avanço do grupo fundamentalista em várias regiões, em particular nos arredores de Bagdá, pois já há combates no norte dessa capital.

Porta-vozes do EIIL, conhecido em árabe como Daesh, asseguraram que após tomarem cidades do norte e centro norte como Mosul, a segunda daquela nação, e Tikrit, seu objetivo é marchar sobre Bagdá e continuar para o sul para apoderar-se das cidades santas xiitas de Karbala e Najaf.

O chanceler iraniano, Mohammad Javad Zarif, covnersou reservadamente com seu par iraquiano, Hoshyar Zebari, e com o secretário geral da ONU, Ban Ki-moon, para transmitir-lhes a "profunda preocupação" de Teerã pela ofensiva dos jihadistas sunitas e pelo perigo de que cruzem as fronteiras.

Mais de meio milhão de pessoas fugiram de Mosul, capital da província de Nínive, norte do país, desde o último dia 10 e o êxodo prossegue em Tikrit, capital provincial de Salaheddin, bem como no povoado de Baiji, onde está a maior refinaria de petróleo do país.

Por outro lado, o vice-chefe do Conselho Supremo Islâmico Xiita do Líbano, xeque Abdul Amir Qabalan, afirmou durante o sermão religioso desta sexta-feira que os incidentes na Síria e no Iraque constituem complôs dirigidos a destruir a unidade dos muçulmanos e ameaçar sua segurança e estabilidade.

"Agressões, matanças e destruição levam-nos a apoiar a unidade de Iraque e os iraquianos. Convocamos a lutar contra o demônio", afirmou Qabalan.

Da mesma forma, o cardeal prefeito da Congregação das Igrejas Orientais, Leonardo Sandri, lamentou os incidentes violentos na nação mesopotâmica e se solidarizou com o patriarca da minoria cristã caldeia, Louis Sako, e com todos os bispos e religiosos.

Fonte: Prensa Latina