Governo ucraniano suspende operação militar no leste e faz exigências

O presidente da Ucrânia Petro Poroshenko anunciou o cessar-fogo no leste da Ucrânia, suspendendo a operação militar lançada há dois meses pelo governo interino recém-substituído contra os civis. Manifestantes contrários ao golpe de Estado que culminou na derrubada do governo em fevereiro terão de depor ou destruir suas armas, disse o Ministério do Interior em sua página oficial. Forças de defesa civil já responderam rechaçar a proposta enquanto as tropas ucranianas não forem retiradas.

Ucrânia - Reuters/Baz Ratner

O cessar-fogo que suspende a operação classificada de “antiterrorista” pelo governo interino deve durar até a próxima sexta-feira (27) e foi anunciado por Poroshenko como o líder recém-eleito na Ucrânia, enquanto falava com residentes da região de Donetsk, um dos alvos da operação militar.

As tropas ucranianas suspenderão a ofensiva por uma semana, cessando os ataques contra as cidades e só abrindo fogo “caso os militantes ataquem”, afirmou o Ministério do Interior. “Faremos de tudo para proteger o território do nosso Estado”, continua o comunicado.

Entretanto, quando o cessar-fogo terminar, aqueles que não tiverem deposto as armas no leste da Ucrânia “serão destruídos”, ressalva o comunicado, citando Poroshenko, que também se referiu aos combatentes organizados em milícias de autodefesa como “terroristas”.

O novo governo também afirmou que vai reconstruir casas destruídas na operação militar. A cidade de Slavyansk foi uma das mais afetadas por morteiros e ataques aéreos das forças armadas enviadas pelo governo interino.

O líder ucraniano apresentou a versão final do seu plano de paz, que inclui 15 passos, prometendo anistia e passagem segura para todos os combatentes contrários ao governo no leste que deponham suas armas e liberem os prédios administrativos ocupados, mas apenas para aqueles que não tenham “cometidos crimes graves.”

Além disso, sugere uma zona de segurança de 10 quilômetros na fronteira com a Rússia, “conjuntamente patrulhada”. Numa tentativa de apaziguar residentes críticos do novo governo, o plano também promete a “descentralização do poder” no leste, vagamente desenhado pela proposta de eleições locais de comissões executivas, uma garantia à proteção da língua russa – falada pela maioria dos habitantes da região, mas atacada pelo governo interino – e um projeto de “mudanças na Constituição”. O plano sugere ainda a realização de eleições parlamentares e locais na região.

O Ministério russo das Relações Exteriores estuda o plano, mas adiantou considerá-lo mais um “ultimato” aos militantes contrários ao governo, no sudeste. A Chancelaria ressaltou a ausência de um ponto central: a oferta para o início de negociações.

Por outro lado, as forças de defesa de Lugansk foram rápidas a responder à proposta de Poroshenko, dizendo que se recusam a depor armas até que as tropas ucranianas deixem a região, de acordo com a Agence France Presse (AFP).

Da Redação do Vermelho,
Com informações da emissora Russia Today