Putin pede renúncia ao direito da Rússia à força no leste da Ucrânia

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, propôs que a Câmara Alta suspenda a resolução aprovada em 1º de março, que permite ao chefe de Estado o uso das forças armadas no território da Ucrânia, de acordo com o secretariado de imprensa da Presidência, citado pela agência russa Itar-Tass, nesta terça-feira (24).

Ucrânia - Reuters

O secretário de imprensa, Dmitry Peskov, disse que a proposta de Putin enquadra-se no início das conversações que têm como objetivo solucionar a crise no leste da Ucrânia, com tensões ainda em escalada. O presidente russo enviou uma nota à integrante do Conselho da Federação, Valentina Matvienko, na manhã desta terça, antes de deixar o país para uma visita oficial à Áustria.

O vice-líder do Comitê Internacional do Conselho da Federação, Andrey Klimov, confirmou que a Câmara Alta respaldará a proposta de Putin e suspenderá a resolução referida nesta quarta-feira (25).

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O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, classificou a proposta de seu homólogo russo como o “primeiro passo prático na direção de uma solução para a situação no leste da Ucrânia”, de acordo com sua assessoria de imprensa. A União Europeia também saudou a decisão de Putin, segundo a assessoria da chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton.

Em março, a resolução do Conselho da Federação concordava com o direito do presidente russo de usar a força militar no território da vizinha Ucrânia “até a normalização da situação social e política no país”. A resolução foi adotada após um discurso presidencial exigindo a manutenção da segurança “para os cidadãos da Federação Russa, nossos compatriotas e pessoal do contingente russo enviado [ao território] em cumprimento dos acordos internacionais sobre o território da República Autônoma da Crimeia na Ucrânia”.

Na noite desta segunda-feira (23), o líder da autoproclamada República Popular de Donetsk, no leste da Ucrânia, concordou com um cessar-fogo até as 10h00 de sexta-feira (27). Ele também pontuou que a suspensão dos confrontos, pelas forças de autodefesa, só entrará em vigor como uma medida de reciprocidade.

Mais cedo, o presidente Poroshenko – recém-empossado, após eleições realizadas em meio à violência da operação militar lançada pelo governo interino contra os cidadãos do leste e do sul – formulou seu plano para a redução do conflito, anunciando um cessar-fogo unilateral de 20 a 27 de junho.

No domingo (22), ele emitiu uma advertência sobre um plano alternativo para recuperar o controle sobre o sudeste da Ucrânia, caso sua proposta de trégua fracassasse. Membros das forças de autodefesa classificaram de rendição o plano de cessar-fogo, que fazia exigências sobre a deposição de armas, enquanto algumas cidades são sitiadas e foram alvo de bombardeios.

Apesar do anúncio de “cessar-fogo” unilateral de Kiev, os confrontos continuaram no leste, com embates diretos em algumas áreas, de acordo com fontes da autodenominada República Popular de Lugansk.

Com informações da Russia Today,
Da Redação do Vermelho