Urariano Mota: O Caso de Suárez, o mordedor

Em sua coluna Prosa, Poesia e Política, Urariano Mota, escritor e jornalista pernambucano, comenta o caso da mordida que o jogador da seleção do Uruguai, Luis Suárez, deu no atleta italiano, Chiellini. “Depois do ocorrido, surgiram explicações psicológicas, misericordiosas, para o ato do uruguaio”, disse.

Por Ramon de Castro, para a Rádio Vermelho

suarez - Reprodução

“Para o mestre em Psicologia do Esporte da Universidade Autônoma de Barcelona, o psicólogo Maurício Pinto Marques, que acompanha a carreira de Suárez e conhecedor da história do atleta, essas atitudes intempestivas e polêmicas do jogador têm a ver com a sua infância miserável. Suárez, portanto, cresceu unindo o seu talento com a bola a uma chance de sobreviver.”, falou Mota.

“Mas isso não é verdade, as pessoas não se vingam da miséria, da pobreza na infância, virando delinquentes, pelo contrário, tenho visto com mais frequência o crescimento da generosidade, pela compreensão da dor de quem nada tem”, contou Urariano.

“Para ficar no futebol, lembro-me de Garrincha, o operário de fábrica, o gênio que encantou o mundo, que jogava descalço e sem camisa com os antigos companheiros, na pelada da várzea, mesmo depois da glória nas Copas do Mundo, nele, o craque eterno não o transformou em carrasco dos seus iguais, aliás, Garrincha preferia o humor, desmontando os seus marcadores em dribles infernais”, lembrou o escritor.

"Moralismo, dizer que tal condenação é moralista é o mesmo que dizer que todos devem agir como Suárez, pegando a bola com a mão, insultando colegas negros com agressões de macaco, dando mordidas e fingindo cair ferido em campo, moral é a condenação do grande jogador e delinquente Luiz Suarez”, concluiu o escritor.

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