Putin: Rússia e EUA são responsáveis pela estabilidade mundial
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta sexta-feira (4) em uma mensagem a seu colega estadunidense, Barack Obama, que ambos os países têm a responsabilidade pela manutenção da estabilidade internacional e devem cooperar em benefício do mundo inteiro.
Publicado 04/07/2014 13:43

Uma mensagem do líder russo a Obama pelo Dia da Independência dos Estados Unidos, destaca que Washington e Moscou como potências com responsabilidade especial em relação à estabilidade e à segurança internacional devem promover a cooperação não só no interesse de seus povos.
Putin reafirmou a esperança de que as relações entre ambos países continuem se desenvolvendo apesar de todas as dificuldades e divergências, e "sobre um fundamento pragmático e igualitário" de respeito mútuo, informa um comunicado do serviço de imprensa do Kremlin.
Depois do golpe de estado na Ucrânia em 22 de fevereiro com o apoio direto dos Estados Unidos e a rejeição da Rússia, as relações entre ambas potências pioraram.
Devido à ameaça de grupos neofascistas usados como tropa de choque pela oligarquia que tomou o poder em Kiev, a península da Crimeia realizou um referendo no qual 96,77% da população apoiou a independência em relação à Ucrânia e a reunificação com a Rússia.
Moscou apoiou essa iniciativa que derroga a decisão tomada pelo Partido Comunista da União Soviética em 1954 de colocar sob jurisdição da República Socialista da Ucrânia essa península que foi parte de Rússia desde 1783.
Washington e seus aliados europeus reagiram impondo sanções contra vários políticos, empresários e corporações russas, decisão que Moscou qualifica de contraproducente.
Sob pressão da Casa Branca, o Ocidente mantém a ameaça de ampliar sua represália e em particular causar dano a setores da economia russa se o conflito provocado pelo golpe de estado na Ucrânia não diminuir de tensão.
Em declarações ao diário Kommersant, o vice-chanceler russo Serguei Ryabkov advertiu que Washington faz das sanções uma nova arma ofensiva, e explicou que, ainda que Moscou não pensa em se deixar arrastar a uma "corrida armamentista", tem direito a procurar as formas de se defender.
Dá a impressão de que nas estruturas de poder de Washington se chegou à conclusão de que às vezes é mais fácil e barato recorrer às sanções que à tradicional utilização da força militar contra alguém. Isto é, estamos perante uma nova arma ofensiva, disse o vice-ministro.
Ryabkov explicou que a Rússia não se propõe a participar de uma corrida armamentista nem dar uma resposta simétrica.
"Não o faremos. Mas nos vemos obrigados a procurar um antídoto, uma arma defensiva frente à ofensiva. É o que vamos fazer", reafirmou o vice-ministro.
Fonte: Prensa Latina