Mais Médicos já atendeu 50 milhões de brasileiros

Quem vive nas periferias das grandes cidades ou municípios do interior do Brasil sabe da dificuldade de se ter médicos para o atendimento emergencial ou ambulatorial. Ou seja, não há médicos onde se precisa. Por isso, o programa Mais Médicos do governo Dilma é reconhecido pela população.

mais medicos dilma - Blog da Dilma

Lançado em julho de 2013 pela presidenta Dilma e pelo então ministro da Saúde, Alexandre Padilha, o Mais Médicos contratou 14.462 médicos, a maioria estrangeiros, que foram deslocados para os locais onde a abertura de vagas não atraiu médicos brasileiros.

Resultado: o programa atendeu 50 milhões de brasileiros. Em fevereiro deste ano conseguiu atender completamente a demanda das cidades com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) baixo e muito baixo e das regiões mais vulneráveis, como o Semiárido, o Vale do Jequitinhonha/Mucuri, em Minas Gerais, o Médio Alto Uruguai, no Rio Grande do Sul, e o Vale do Ribeira, em São Paulo.

De acordo com o Ministério da Saúde, nas cidades onde os médicos do programa estão atuando, houve uma redução de 21% no número de encaminhamentos a hospitais pelos postos de saúde. Em janeiro de 2014, mais de 2 mil municípios que contam com pelo menos um médico do programa tiveram aumento de 35% nas consultas realizadas nos postos de saúde, comparando com o mesmo período de 2013.

O número de consultas do pré-natal nas unidades básicas de saúde cresceu, no mesmo período, 11%, e o número de consultas de diabéticos aumentou em 44,5%. Também melhorou a atenção básica com reflexos na diminuição da mortalidade infantil, da mortalidade materna, da mortalidade de diabéticos e hipertensos.

Médico vai aonde o povo está

Durante a sabatina da Folha, do UOL e SBT (28), a presidenta Dilma Rousseff destacou que a relação médico/habitante no Brasil era, na média, de 1,8 médicos por mil habitantes. No entanto, a distribuição desses profissionais era injusta e desproporcional. A maioria se concentrava no litoral, nas grandes cidades e no centro-sul do país. No interior, nas periferias e nas regiões norte-nordeste havia menos médicos. Além disso, dados do Ministério da Saúde de maio de 2013 estimam que, nos últimos 10 anos, o Brasil acumulou uma carência de 54 mil médicos.

Diante disso, a primeira providência do governo foi aumentar o número de médicos nas regiões onde faltava por meio do Revalida, que autoriza diplomas de médicos obtidos no exterior. De 1.800 inscritos, apenas 109 foram aprovados. Ainda eram necessários 14.400 médicos. Então foram abertas as inscrições para os brasileiros que já tivessem diplomas e que quisessem participar. Pouco mais de mil se inscreveram. Quando abriu o programa para os médicos do exterior, 11 mil cubanos vieram ao Brasil.

Para Julia Roland, coordenadora de Saúde do PCdoB, o Mais Médicos foi uma medida necessária para o Brasil. “Havia mais de 700 municípios brasileiros sem nenhum atendimento médico e nas grandes cidades havia regiões sem equipe médica completa. O programa veio suprir essa carência já que a maior queixa da população é a dificuldade de ter acesso a consultas e atendimento ambulatorial ou a demora desse atendimento”, disse Roland.

Para se ter uma ideia, Roraima solicitou 88 profissionais e, com a chegada de 70 médicos do programa, preenchendo 79% da necessidade, conseguiu beneficiar mais de 240 mil pessoas. Tocantins solicitou 135 profissionais e já recebeu 104 (77%), beneficiando quase 360 mil usuários. A Paraíba já teve 86% de sua necessidade atendida, com 158 médicos, que elevaram o atendimento para mais de meio milhão de pessoas. Alagoas recebeu 131 profissionais (82% da demanda), beneficiando mais de 450 mil cidadãos.

A Bahia foi o Estado contemplado com o maior número de médicos do programa com 787 profissionais, seguido por São Paulo (588), Ceará (572) e Maranhão (445).

“O debate hoje é saber quanto tempo precisaremos para formar profissionais brasileiros que possam dar conta das necessidades da saúde no Brasil. Formar médicos com uma visão mais humana da medicina, pois, até agora, quem tem ditado as regras tem sido o mercado”, enfatiza Roland.

Ela completa: “Precisamos ampliar o número de vagas e de faculdades públicas de medicina, principalmente nas regiões onde há insuficiência de profissionais. O fato de ter aumentado o número de escolas privadas é motivo de preocupação, pois demonstra que o mercado vai continuar definindo as regras, além de colocar em questão a qualidade da formação desses profissionais”.

Aécio

Em um ano de funcionamento o Mais Médicos da presidenta Dilma foi capaz de mudar a realidade da falta de médicos que o governo FHC, em oito anos, não alterou.

Agora, o candidato tucano, Aécio Neves, promete manter o Mais Médicos, mas diz que fará mudanças e ainda critica o convênio firmado com o governo de Cuba. “Em pleno século 21, essa posição fundamentalista sobre Cuba é um despropósito”, repeliu a presidenta Dilma.

A participação de médicos, principalmente de cubanos, além de dar solução ainda que provisória, trouxe também uma visão mais humanitária ao atendimento médico. “Em vários Estados onde esses profissionais prestam atendimento, as pessoas manifestaram que se sentiram mais valorizadas e ouvidas pelos médicos, ou seja, as pessoas se sentiram mais cidadãs e mais respeitadas”, enfatiza Julia Roland.

Da redação do Portal Vermelho, Dayane Santos
Com agências