SP: Diretor do MIS explica o sucesso das exposições 

O Museu da Imagem e do Som de São Paulo (MIS) foi criado em 1970 na capital paulista, mas foi a partir do ano passado que viu seu espaço ser disputado por milhares de pessoas em busca das grandes exposições realizadas no local. André Sturm, diretor executivo e curador geral do MIS, vê esse aumento de público como uma tendência de expansão no consumo cultural. 

Biblioteca do Castelo Rá-Tim-Bum - Foto: Letícia Godoy

O maior registro de visitas a uma exposição do MIS foi a de Stanley Kubrick, que recebeu 80,9 mil pessoas entre 11 de outubro de 2013 e 12 de janeiro de 2014. Em seguida, aparece a mostra sobre o cantor David Bowie, que recebeu 80,1 mil visitantes entre 31 de janeiro e 20 de abril deste ano.

Atualmente, o museu abriga ‘Castelo Rá-Tim-Bum – A exposição’, que faz uma homenagem aos 20 anos do programa infantil da TV Cultura e que recebeu mais de 29,4 mil pessoas apenas nos primeiros 15 dias do evento, inaugurado dia 16 de julho. Neste período, havia relatos de pessoas que chegavam na parte da manhã e conseguiam entrar apenas à noite no MIS.

Devido ao sucesso, foi necessário aumentar o horário de visitação do local e estabelecer a venda de ingressos por horário. Um novo lote de 3 mil entradas foi disponibilizado para venda na internet para este sábado (9), mas esgotou em menos de 1 hora.

Para driblar as enormes filas da entrada, a estudante de Medicina Fernanda Rodrigues, 23, optou por comprar um ingresso pela internet para uma terça-feira à noite, mesmo com o preço um pouco mais elevado. “Era um sonho conhecer esse mundo mágico, cresci assistindo o Castelo Rá-Tim-Bum”, disse.

Moradora de Curitiba, a estudante Raissa Santos, 20, pretende deixar a capital paranaense em setembro apenas para visitar a exposição no MIS, que ficará em cartaz até outubro. “Eu sempre assisti (ao programa) e até hoje sou fã de carteirinha”, disse. A universitária também contou que nem as filas vão desanimá-la. “Sei que está cheio de gente, mas faz parte, vai ser um momento mágico”.

O interesse e valor afetivo do tema são fatores que podem influenciar o sucesso de uma determinada exposição junto ao público. Mas, no caso do MIS, André Sturm aponta a criação de novos projetos e uma programação regular com atividades paralelas como alguns dos motivos que fizeram com que o público do MIS crescesse a cada ano.

“Em 2011, fizemos uma pesquisa por amostragem e mais de 70% dos visitantes nunca tinham vindo ao MIS. No primeiro trimestre de 2014 a pesquisa apontou que 55% estiveram pela primeira vez e 25% já esteve no MIS até 5 vezes. Ou seja, temos aumentado este retorno e estamos fidelizando o público”, disse o diretor.

Também localizado na capital paulista, o Instituto Tomie Ohtake viu seu espaço atingir público recorde com ‘Obsessão Infinita’, da artista japonesa Yayoi Kusama, que ficou em cartaz entre 27 de maio e 27 de julho deste ano. A comparação com o público de outras mostras no mesmo espaço impressiona. As exposições anteriores que fizeram mais sucesso reuniram cerca de 80 mil pessoas, enquanto a de Yayoi Kusama recebeu 522,1 mil pessoas, segundo assessoria do local. Somente no último final de semana da mostra, 43 mil pessoas visitaram o Instituto.

Para poder conferir a mostra e evitar longas esperas, os estudantes universitários Camila Martin, 18, Danielle Chante, 19, e Jonathan Sevaroli, 20, chegaram no horário de abertura. “Ficamos 20 minutos na fila”, disse Camila.

Os jovens admitem que tiveram a curiosidade despertada ao ver inúmeras publicações em redes sociais de pessoas que já tinham visitado a exposição. “Achei interessante e diferente”, explicou Camila. “Já estava curiosa e depois de ver algumas imagens publicadas na internet fiquei com mais vontade de ir”, completou Danielle.
 
Fonte: Terra