Inflação em baixa alonga período sem nova alta dos juros

A estimativa de economistas de instituições financeiras para a inflação em 2014 voltou a ser reduzida, empurrando mais para frente a expectativa de início de um novo ciclo de alta dos juros. Ao mesmo tempo, a previsão do crescimento da economia voltou a ser reduzida, acompanhada desta vez por um forte ajuste para baixo nas projeção de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) em 2015.

Os preços dos alimentos seguem em queda mas volume de compras cresce

A pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta segunda-feira (11) mostrou que a projeção de alta do IPCA em 2014 agora é de 6,26%, contra 6,39% na semana anterior, quarta semana seguida de queda. A projeção no Focus para a alta dos preços administrados neste ano, no entanto, subiu 0,10 ponto percentual após três semanas de estabilidade, para 5,10%. Para 2015, os preços administrados tiveram elevação também revista, a 7,00%, ante 6,90, enquanto a previsão para a alta do IPCA pouco se alterou, passando a 6,25%, ante 6,24%.

Para os próximos 12 meses, houve ajuste de 0,16 ponto percentual para cima na alta do IPCA, a 6,19%. Os preços administrados vêm sendo uma das principais preocupações em relação à inflação, já que há expectativa de maiores aumentos no próximo ano nos preços de energia elétrica e gasolina. Em julho, a inflação oficial do país desacelerou a 0,01%, menor patamar em quatro anos, e em 12 meses voltou para o limite do teto da meta, a 6,50%.

Já para o Top-5 de médio prazo, com as instituições que mais acertam as projeções, a inflação ficará em 6,33% em 2014, ante 6,39%, e fechará 2015 em 6,48%, contra 6,75% na pesquisa anterior.

PIB reduzido

Já a projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) em 2014 foi reduzida pela 11ª vez seguida, a 0,81%, contra 0,86% na semana anterior. Em 2013, o PIB cresceu 2,5%. Mas o ajuste mais forte ocorreu no cenário para 2015. A estimativa para a expansão econômica no Focus caiu a 1,20%, contra a previsão de 1,50%, que durou cinco semanas. Para a política monetária, o cenário permaneceu de que a Selic encerrará este ano nos atuais 11% e 2015 em 12%.

Os economistas consultados no Focus, entretanto, passaram a ver o início do novo ciclo de aperto monetário apenas em março, agora com alta de 0,50 ponto percentual na taxa básica de juros, e não mais com 0,25 ponto em janeiro. Já o Top-5 de médio prazo voltou a ver a taxa básica de juros em 12% no ano que vem, contra 11,75% na semana anterior.

Inflação em queda

O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) reduziu a deflação a 0,31% na primeira prévia de agosto, após recuo de 0,50% na primeira prévia anterior, diante de uma queda menor nos preços do atacado mas com desaceleração da alta no varejo, informou a Fundação Getulio Vargas nesta segunda-feira. O IGP-M havia encerrado julho com queda 0,61%.

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que mede a variação dos preços no atacado e responde por 60% do índice geral, teve recuo de 0,56% na primeira prévia de agosto, após cair 0,87% na primeira prévia de julho. Já o Índice de Preços ao Consumidor, com peso de 30% no índice geral, desacelerou a alta a 0,03%, contra 0,16% anteriormente, com queda de 0,23% nos preços de Alimentação.

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), por sua vez, registrou alta de 0,44%, acelerando sobre o avanço de 0,33% na primeira apuração do mês anterior. O INCC responde por 10% do IGP-M. O IGP-M é utilizado como referência para a correção de valores de contratos, como os de energia elétrica e aluguel de imóveis.

A primeira prévia de julho do IGP-M calcula as variações de preços no período entre os dias 21 e 31 do mês de julho.

Fonte: Correio do Brasil