Vladimir Putin: a Crimeia é península de reconciliação

A Rússia irá se desenvolver com base em suas reservas internas. O país não tenciona se separar do mundo exterior e romper laços com seus parceiros, mas também não permitirá ser tratado com desprezo, sublinha Vladimir Putin. Essa declaração foi feita pelo presidente russo em Ialta num encontro com membros das frações partidárias da Duma de Estado.

Vladimir Putin em reunião na Crimeia

Decisão de reunificação da Crimeia com a Rússia é definitiva e não está sujeita a apelação. Vladimir Putin, ao se dirigir aos deputados reunidos em Ialta, referiu: ele conta com sua participação ativa na execução dos programas de desenvolvimento da península.

O presidente tem a certeza que a Crimeia pode desempenhar um papel reconciliador único na Rússia. Vladimir Putin recordou que durante a guerra civil do início do século 20 a península foi local de confrontos militares entre “vermelhos” e “brancos”. Foi precisamente da Crimeia que mais de 150 mil cidadãos russos partiram para a emigração. De acordo com o chefe de Estado, nos últimos meses ele tem recebido muitas cartas dos descendentes daqueles que abandonaram a Rússia depois da guerra civil. Nessas mensagens se leem palavras de apoio, de fé na Rússia, preocupações com o futuro do país, com a Crimeia e com Sevastopol.

No encontro de Ialta também se falou de política externa. Segundo disse o presidente, por parte da Rússia ela deve ser pacífica. Entretanto, todos os parceiros da Rússia devem perceber que a Rússia é um grande país soberano. Ele dispõe dos mais diversos meios para garantir seus interesses nacionais, inclusivamente Forças Armadas. Apesar disso, referiu Putin, estas não são uma panaceia: a Rússia não tenciona, como alguns fazem, “correr por todo o mundo com uma navalha aberta”.

Quanto aos tratados internacionais assinados pela Rússia – Moscou vai agir nesse contexto do mesmo modo que os EUA. Ou seja, em caso de necessidade, irá simplesmente denunciar os acordos respectivos, quando o considerar útil e necessário para garantir os interesses nacionais, sublinhou o presidente.

O líder russo considerou a situação na Ucrânia como “um caos sangrento e um conflito fratricida”. Putin constatou que, a cada dia que passa, a situação é cada vez mais dramática, no sudeste da Ucrânia se desenrolou uma catástrofe humanitária de grande escala. O presidente referiu que a Rússia segue atentamente os acontecimentos no país vizinho e irá fazer tudo o que dela depende para parar o derramamento de sangue na Ucrânia.

Falando sobre as sanções introduzidas pela Rússia contra os países da União Europeia, Vladimir Putin disse que elas não foram apenas uma medida de resposta: de acordo com o chefe de Estado, elas são também uma forma de apoiar os produtores nacionais.

Além disso, as medidas tomadas por Moscou abrem o mercado russo a novos parceiros que, ao contrário da Europa e dos EUA, estão abertos à cooperação. Putin acrescentou que, independentemente da conjuntura política e econômica externa, o principal agora são os assuntos internos.

O presidente explicou que as autoridades se devem concentrar na resolução dos problemas nacionais. Hoje a principal tarefa é proporcionar uma elevada qualidade de vida aos cidadãos russos. O futuro do país está nas mãos dos russos, disse Vladimir Putin.

Fonte: Voz da Rússia