Rússia e China querem acordos no setor de informática 

O ministro das Comunicações russo, Nikolai Nikiforov, confirmou nesta terça-feira (19) que Moscou e Pequim vão aumentar o comércio de telecomunicações e alta tecnologia para reduzir a dependência de acessórios com origem nos EUA.

China e Rússia - AP / RIA-Novosti

Ao comentar uma reunião com o ministro chinês da Indústria e Tecnologia da Informação, Miao Wei, Nikiforov disse que as partes concordaram em expandir a colaboração mútua neste setor.
A China já tem exportado para Moscou mais servidores e sistemas de armazenamento e deverá aumentar a importação de softwares desenvolvidos pelos russos, de acordo as negociações entre os dois países.

O Ministro russo ressaltou que ele e seu homólogo chinês defendem o multilateralismo e a transparência no comércio de componentes indispensáveis para o desenvolvimento de uma boa infraestrutura de Internet.

A China recentemente decidiu parar de comprar equipamentos da empresa norte-americana IBM. Depois do escândalo mundial de espionagem descoberto pelo ex-funcionário da Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos Edward Snowden, o setor de tecnologia de informação dos EUA perdeu credibilidade, em especial com os russos e chineses.

Na Rússia, as empresas norte-americanas IBM e Hewlett-Packard lideram o segmento de informática de alta produtividade, mas as empresas chinesas são tidas como uma boa possibilidade de diversificar o mercado de computadores.

Em junho deste ano, uma das três maiores operadoras de telefonia da Rússia, Megafon, firmou um contrato multimilionário com a empresa chinesa Huawei. Entre outras possibilidades, o acordo possibilitará a troca de informações sobre as tecnologias 2G, 3G e LTE.

Essa mesma empresa asiática foi selecionada para uma parceria com a Rostelecom para construção conjunta de um cabo submarino de fibra óptica entre a ilha de Sakhalin, no porto de Magadan, e a Península de Kamchatka, no Extremo Oriente russo.

A colaboração entre a China e a Rússia neste setor pode favorecer a indústria de software de Moscou, em que se destaca a Kaspersky Lab, companhia reconhecida em todo o mundo. Para bloquear o roubo e a espionagem de dados, a China vetou recentemente a aquisição de produtos de informática externos e agora apenas aceita acessórios de origem nacional. A exceção deve ser justamente esta parceria com os russos.

Da redação do Vermelho
cominformações da Prensa Latina