Sanções dos EUA desgastam negociações do programa nuclear, diz Irã
O Irã considerou um ato de má fé as novas sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos. O país também considerou que as medidas são incompatíveis e atentam contra o espírito das atuais negociações nucleares com seis potências mundiais.
Publicado 01/09/2014 15:48

Desde o presidente Hassan Rouhani até autoridades do Ministério de Relações Exteriores, parlamentares e líderes religiosos, todos repudiaram a renovação e a ampliação das medidas punitívas anunciadas pelo Departamento do Tesouro norte-americano.
Na sexta-feira (29), a referida instância estadunidense informou que seriam aplicadas novas sanções aos iranianos como modo de pressão pelo programa nuclear da república islâmica, que o Ocidente suspeita ter objetivos militares, apesar disto ser refutado pelo governo de Teerã.
As autoridades persas fazem questão de que seu plano para enriquecer urânio obedeça a fins médicos e de geração de eletricidade, mas, mesmo assim, a Casa Branca definiu as sanções.
Rouhani criticou essas ações e sublinhou que "são incompatíveis" com o espírito das atuais práticas entre o Irã e o Grupo 5+1 (os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU mais Alemanha) que discutem as atividades atômicas iranianas.
Em declarações à televisão estatal, o presidente reiterou que seu governo segue comprometido com a continuação das tratativas nucleares para conseguir um acordo final, mas descreveu a atitude de Washington como "uma postura muito feia que poderia afundar a confiança entre as partes".
Rouhani ressaltou que as sanções "são ilegais, estão em conflito com o espírito das conversas (e os acordos de Genebra de 2013) e não são construtivas".
O vice-chanceler iraniano, Majid Takht-Ravanchi, disse que o governo de Teerã resistirá as pressões econômicas e destacou que essas atitudes colocam em dúvida a sinceridade dos Estados Unidos nas negociações.
Takht-Ravanchi acusou à administração de Barack Obama de praticar um "ato de má fé e com uma duplicidade de intenções totalmente inaceitável", ao impor castigos a entidades vinculadas ao programa nuclear iraniano, apesar de prolongadas e ativas tratativas para pôr fim as divergências.
"Você não pode dizer que está negociando de boa fé, por um lado, e ao mesmo tempo usar tais mecanismos, por outro", fustigou o vice-chanceler integrante da equipe negociadora nuclear persa.
As medidas punitivas afetam a dezenas de pessoas e entidades ligadas a companhias petroleiras, navais, bancos e de aviação.
Prensa Latina