OMS pede para intensificar esforços no combate a epidemia de Ebola

A Organização Mundial de Saúde (OMS) pediu para multiplicar os esforços das agências humanitárias para enfrentar o atual surto de ebola na Libéria e nos demais países da África Ocidental que hoje registram casos dessa doença letal.

Epidemia de Ebola - Reprodução

Na Libéria a doença se propaga rapidamente e nas próximas três semanas poderiam aparecer milhares de novos doentes, advertiu recentemente um comunicado do organismo internacional de Saúde.

As cifras publicadas na terça-feira mostraram que mais de 500 novos casos se registraram em uma semana.

A OMS considera que as medidas e métodos convencionais para o controle do vírus de Ebola não têm o impacto adequado nessa nação da África Ocidental, que apresenta o maior número de casos e mortes por causa da epidemia.

O país carece de centros de tratamento para o ebola, enquanto o vírus se move mais rápido que a capacidade das instalações para a gestão dos casos, segundo a OMS.

No noroeste do Condado de Montserrado – onde vivem mais de um milhão de pessoas – são atualmente necessárias mil camas para atender pacientes de Ebola, mas só há 240 disponíveis.

Uma vez que os pacientes são recusados nos centros de tratamento, não têm mais remédio que voltar para suas casas, onde inevitavelmente infectam outras pessoas.

A infecção também tem causado a morte de 79 trabalhadores de saúde no país, que tinha uma média de apenas um médico para para quase 100 mil pessoas quando o brote começou.

Mais de 4.200 pessoas foram diagnosticadas com ebola desde dezembro passado na África Ocidental, segundo a OMS. Pelo menos 2.100 pacientes morreram devido ao vírus em Guiné, Libéria, Serra Leoa, Nigéria e Senegal.

O atual surto de Ebola, o maior desde que o vírus foi descoberto em 1976, ilustra as sérias debilidades na capacidade da comunidade internacional para responder às doenças emergentes, apesar de anos de debate.

Assim mesmo, as nações mais afetadas, Guiné, Libéria e Serra Leoa, estão entre as mais pobres do mundo.

Anos de conflito e guerra civil deixaram severas sequelas em seus precários sistemas de saúde e, em algumas regiões, uma geração de crianças sem educação.

Nessa região, só um ou dois médicos estão disponíveis para cada cem mil habitantes e se concentram em zonas urbanas. As salas de isolamento e a capacidade dos hospitais para o controle da infecção são muito poucas.

Fonte: Prensa Latina