Reunião com Paulo Roberto Costa não teve serventia, diz Vanessa 

A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) declarou que a reunião da CPI Mista da Petrobras desta quarta-feira (17), para ouvir Paulo Roberto Costa, "não teve serventia nenhuma". “Não tivemos nenhum progresso aqui, absolutamente nada”, opinou a senadora, que é integrante da CPI, ao deixar o Plenário. 

Reunião com Paulo Roberto Costa não teve serventia, diz Vanessa - Agência Senado

Durante a reunião, Vanessa votou pela manutenção da sessão aberta. Para ela, os documentos relatando a delação premiada de Costa é que são realmente importantes para o trabalho da comissão. “O grande avanço foi o instituto da delação premiada. Creio que ele (Costa) não falou nada aqui até para não atrapalhar esse processo”, avaliou Vanessa.

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A senadora entende que o próximo passo da CPI deve ser aguardar a chegada das cópias dos depoimentos e trabalhar com elas. O presidente da CPI Mista, Vital do Rêgo (PMDB-PB), pedirá uma reunião com Ricardo Lewandowski, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), para agilizar o acesso aos depoimentos.

“É preciso que a população brasileira, e não só nós da CPI, saiba exatamente tudo que está acontecendo. O que está sendo divulgado são peças soltas, insuficientes para incriminar ou para as pessoas se defenderem”, disse Vanessa Grazziotin.

Espetáculo continua

O líder do PT na Câmara, deputado Vicentinho (SP), avalia que “ao não falar, continua o espetáculo, com o apoio da grande mídia, que não fala da corrupção do PSDB lá em São Paulo, o caso grave (do metrô) envolvendo três governadores; que não fala do helicóptero carregado de drogas (em Minas Gerais) e de aeroportos feitos na fazenda de parentes. A oposição tem uma grande aliada, mais forte que a própria oposição, que é a grande mídia”, criticou Vicentinho.

Ele também criticou os “urubus do capitalismo internacional”, que se beneficiam com o enfraquecimento da Petrobras, por um noticiário negativo insuflado por denúncias como as que se atribuem a Paulo Roberto Costa sobre um suposto esquema de desvios de recursos na estatal.

“Quiseram, no passado, privatizar o petróleo. Quiseram privatizar a Petrobras. Inclusive no governo do PSDB até a chamavam de Petrobrax. O que existe por trás é o interesse em desconstruir uma empresa que nós queremos tão bem. E desconstruindo, ela vai para o capital privado. O que está por trás é um jogo muito mais grave e precisamos refletir sobre isso”, argumentou o líder.

Reunião aberta

Para a deputada Iriny Lopes (PT-ES), a CPMI acertou ao fazer a reunião aberta, não fechada, como queria a oposição. “Não gosto de trabalhar com versões, acho que o Brasil merece que os fatos sejam relatados e comprovados. Uma reunião fechada só serviria para a construção de versões. Acho que isso não serve à democracia do Brasil”, disse.

“Há uma distinção fundamental entre vazamento e depoimento aberto. O vazamento vem ocorrendo. Ele serve à disputa política eleitoral. É feito de forma seletiva. O PT quer investigar e quer esclarecer”, afirmou o deputado Afonso Florence (PT-BA), ao defender a manutenção da reunião aberta.

Usando uma prerrogativa constitucional, o ex-funcionário da Petrobras manteve-se em silêncio diante de todos os questionamentos do relator, deputado Marco Maia (PT-RS), e dos demais integrantes da CPMI. Paulo Roberto Costa, demitido da Petrobras em 2012, tem feito depoimentos à Justiça, em caráter de delação premiada, sobre supostos desvios de recursos na estatal. Os documentos que registram esses depoimentos já foram solicitados pela CPMI. Segundo alguns veículos da imprensa, vários parlamentares e governadores teriam sido mencionados pelo ex-diretor da estatal.

Da Redação em Brasília
Com agências