Marina foge do debate e diz que adversários “não têm propostas”

A candidata Marina Silva (PSB) gosta de bravata. Quando se trata de falar de seus atributos pessoas age com a presunção de quem se coloca em um altar, superior aos demais reles mortais. 

Marina Silva em Salvador - Vagner Campos

Na manhã desta segunda-feira (22), em palestra na Associação Nacional de Educação Católica, em Brasília (Distrito Federal), a presidenciável pediu oração e soltou a seguinte pérola: “a sociedade não pode assinar um cheque em branco para candidatos que promovem uma polarização e que, se eleitos, não se saberá com o que eles estão comprometidos”.

A candidata disse que seus adversários não apresentaram uma versão final e consolidada de suas propostas para comandar o país, diferente dela, que apresentou o seu programa de governo.

O “plano” que Marina diz ter apresentado já sofreu vários reveses por conta de recuos em diversos temas prometidos no documento. Ela tenta minimizar dizendo se tratar apenas de “erros”.

A redução do papel do pré-sal, por exemplo, foi uma dos pontos apresentados por ela em seu programa de governo. Uma das maiores riquezas do país teria papel secundário como fonte energética em um eventual governo da candidata. A criminalização da homofobia foi outro ponto deixado de lado pela candidata, de acordo com o seu consolidado programa.

Autonomia do BC

A proposta de autonomia do Banco Central e da redução do papel dos bancos públicos, proposta essa que a candidata à reeleição Dilma Rousseff tem rebatido, Marina até agora não falou ou trouxe argumentos para defender. Ao invés disso, a candidata insiste em passar a ideia de que somente ela apresentou proposta, isso quando não o faz se colocando como vítima de ataques “selvagens”.

E Marina não defende justamente porque teria de explicar como tal autonomia do Banco Central não interferiria na política de juros. Ou como os bancos privados subsidiariam a infraestrutura e a construção de casas populares no país, sendo que os juros praticados atualmente ultrapassam os 25%, enquanto que nos bancos públicos os juros não passam de 5%.

Marina ainda apela: "É tanta coisa, gente. Olha, até porque vocês que são pessoas de fé, contra o marketing selvagem não vale argumento, só discernimento. Então peçam a Deus para o discernimento do povo brasileiro", disse a candidata, que já chegou a dizer que seu então companheiro de chapa Eduardo Campos morreu em um acidente aéreo por "providência divina" não permitindo eue ela estivesse naquele mesmo voo.

Neca: “é tudo ou nada”

 

No evento em Brasília, Marina estava acompanhada da guru, a banqueira Neca Setubal – herdeira e acionista do Banco Itaú e responsável pela elaboração de seu programa de governo. Neca resumiu bem o seu espírito no atual momento da campanha: “Está se jogando tudo ou nada”. E completou: “Vocês da imprensa dizem que a pancadaria vai aumentar [na reta final da campanha]. Vai ser puxado, essas duas semanas vão ser puxadas”.

Da redação do Portal Vermelho, Dayane Santos
Com informações de agências