3º dia de greve: 346 agências bancárias estão paralisadas no Ceará

O terceiro dia de greve dos bancários no Ceará foi bastante movimentado e marcado por uma adesão cada vez mais crescente. Na quinta-feira (02/10), foram paralisadas 346 em todo o Estado, representando 65,46% de adesão.

Durante este terceiro dia, a greve foi intensificada nos bancos privados, especialmente no Itaú. Uma mobilização de convencimento visitou também alguns ambientes da sede administrativa do BNB no Passaré que ainda funcionam parcialmente.

“A greve está consolidada e os bancários do Ceará estão firmes mostrando sua disposição de luta. Se os banqueiros querem apostar no confronto, nós estamos respondendo com a força da nossa mobilização”, avalia o presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará (SEEB/CE), Carlos Eduardo Bezerra.

Em defesa do Banco Central

Encerrando o dia, foi realizada uma grande manifestação em frente à sede do Banco Central em Fortaleza, para combater propostas políticas que os bancos colocaram em pauta na agenda da eleição presidencial deste ano, entre elas a independência do BC, a limitação do papel dos bancos públicos e o fim do crédito direcionado. Os bancários promoveram um abraço simbólico no edifício sede do Banco Central em Fortaleza.

O ato foi convocado pelo Comando Nacional dos Bancários e aconteceu em outras cidades onde há sede do Banco Central. No Ceará, a mobilização contou com o apoio de entidades como CUT/CE, Fetamce, Apcef/CE, CTB, AFBNB e outras entidades do movimento civil organizado.

“Nós realizamos essa manifestação contra os banqueiros que querem desvincular o Banco Central do Estado brasileiro, procurando desconstruir a subordinação do BC ao governo e tentando fazer com que a instituição vire o ‘sindicato dos bancos’. Nós trabalhadores não podemos admitir essa atrocidade à democracia brasileira. Essa medida só prejudica a nossa sociedade que ficaria à mercê da tirania dos banqueiros, que passariam a regular a economia brasileira à sua maneira”, alertou o presidente do Sindicato.

Ao final do ato em defesa do BC, foi realizada uma assembleia dos bancários cearenses que aprovaram a continuidade da greve. Nova assembleia só será realizada quando houver proposta da Fenaban.

Negociação

A Fenaban enviou ofício à Contraf-CUT nesta sexta-feira (03), quarto dia da greve nacional da categoria, chamando uma nova rodada de negociação com o Comando Nacional dos Bancários para hoje às 17h, em São Paulo. O Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal também chamaram nova negociação das reivindicações específicas para esta sexta-feira, às 18h, também na capital paulista.

"A força da greve que arrancou essa nova negociação. Queremos que os bancos apresentem uma proposta decente para que possamos levar às assembleias da categoria. Nossa mobilização está vencendo a intransigência dos banqueiros. A palavra de ordem é intensificar a greve no dia de hoje para pressionar os bancos", afirma Carlos Eduardo Bezerra.

As novas rodadas de negociações ocorrem no momento em que a greve nacional está crescendo em todo o país. Nesta quinta-feira 2 as paralisações atingiram 9.379 agências e centros administrativos de bancos públicos e privados nos 26 estados e Distrito Federal. Foram 1.706 novas unidades que aderiram à greve em relação à quarta-feira, um crescimento de 22,2%. Desde o primeiro dia da greve, a paralisação cresceu 42,7%.

Fonte: SEEB/CE