Dilma: "Estão em confronto hoje dois projetos diferentes para o país"

Dando sequência à agenda de campanha pelo Nordeste do país, a presidenta Dilma Rousseff, candidata à reeleição, participou na manhã desta quinta-feira (9), de encontro de mobilização com lideranças políticas em Salvador, após dar entrevistas nas rádios locais. Segundo Dilma, o governo tem de garantir que as pessoas tenham “renda, emprego e um salário mínimo que seja valorizado e também tenham estudo e que haja um valor, iguale as oportunidades”.

Dilma Rousseff durante o encontro com apoiadores no Museu du Ritmo em Salvador

Após agradecer a presença do governador baiano, Jaques Wagner e do eleito no primeiro turno, Rui Costa (ambos do PT), Dilma agradeceu ainda ao grande público, o número de votos que teve da capital baiana. “Fico muito feliz quando me dizem que ‘nesse município você teve 90% dos votos’. Gente, 90% dos votos é uma enormidade de votos!”, brincou.

A presidenta falou ainda com a voz rouca e emocionada que ficou extremamente comovida, na Bahia, também com outra coisa: “nosso país é um país continental e uma das maiores forças é sua diversidade. Convivemos bem com a diversidade. Somos índios, negros, brancos, somos uma sociedade multicultural, uma sociedade diferente de todas as outras. Nós somos um povo vocacionado a ter menos preconceitos, para sermos mais flexíveis e amigos e fraternos com aqueles que são diferentes de nós. Acredito que é uma das nossas maiores riquezas, essa diversidade regional, essa diversidade cultural”, ressaltou.

Programas sociais

A candidata endureceu mais o discurso ao questionar a real intenção de Aécio Neves (PSDB), com quem disputa o segundo turno das eleições, em relação as propostas do tucano de manter os programas sociais iniciados no governo Lula e no dela. "Tem uma coisa engraçada nessa eleição. Perguntam para o candidato sobre o Bolsa Família, Minha Casa, Minha Vida e Pronatec e ele diz 'vou fazer e melhorar'. A minha pergunta é por que não fizeram antes?", reafirmou.

Dilma explicou para o público “que é muito grave quando querem desqualificar a minha votação e o 1º lugar que eu obtive no primeiro turno. Falam o seguinte: ‘Ah, votaram nesse projeto porque as pessoas que votaram não são qualificadas, são desinformadas. Não sabem o que estão fazendo’, sem citá-lo, mas referindo a fala do ex-presidente Fernando Henrique”.

“Não só eu agradeço, mas respeito essas pessoas, esses cidadãos e cidadãs que votaram em mim. E me orgulha esse voto. Sabe por quê? Porque eu tenho certeza que aqui no Nordeste, aqui na Bahia, está uma parte essencial do Brasil. Sem Nordeste e sem a Bahia esse país não seria essa nação que amamos e defendemos todos os dias”.

A presidenta ressaltou ainda sobre a diferenciação entre o projeto do governo dela com a do tucano Aécio. “Eu represento um projeto de Brasil. E hoje são dois projetos diferentes de Brasil que estão se confrontando. Do meu lado está um projeto que diz que o Brasil tem de ser governado para todos os brasileiros, olhando com cuidado, com prioridade, para aqueles que mais precisam”. E acrescentou: “Este país tem de garantir que as pessoas tenham renda, emprego e um salário mínimo que seja valorizado e também tenham estudo e que haja um valor, iguale as oportunidades, desde pequenininho. O Brasil precisa do nosso trabalho, do trabalho de mulheres e homens, mas a criança brasileira tem de ter esse apoio”.

Salário mínimo

Dilma voltou a destacar o grave retrocesso econômico para os trabalhadores com um possível governo do PSDB. A candidata salientou o comentário feito pelo eventual futuro-ministro da Fazenda de Aécio, Armínio Fraga que o salário mínimo está muito alto. “Acha que, no Brasil, para resolver a economia, tem de diminuir o salário mínimo, porque eles acham que está excessivo. É a típica proposta que fez com que este país quebrasse três vezes”, lembrou Dilma.

Onda vermelha

A presidenta finalizou o discurso conclamando o povo para uma onda vermelha em apoio à sua candidatura. “A Bahia me deu muito, mas eu humildemente peço mais: peço uma onda. Peço que façam esse esforço. Aqui o Brasil nasceu. Aqui começou esse nosso projeto imenso de construir essa nação diversificada, respeitosa, tolerante, que detesta discriminação. Aqui começou e aqui vocês podem me dar essa onda de mudança, de força e de fé no Brasil, no Nordeste”.

E encerrou falando da importância de votar com consciência: “A eleição é um momento democrático, então, diante da urna, vocês convidem as pessoas a votar a favor da verdade, da esperança, contra a mentira e o ódio. Mas diante da urna, a gente tem que votar com consciência, paz e amor no coração”.

A candidata à presidência participa ainda nesta quinta-feira (9), de encontro de mobilização com lideranças políticas em Aracaju, Sergipe. De lá, Dilma, tem agenda em Maceió, Alagoas.

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Da redação do Vermelho