Entre o sujo e o mal lavado

 Artigo de opinião do arquiteto Aluísio Arruda, ex-presidente estadual do PCdoB-MT.

Nós brasileiros dignos, honestos, trabalhadores, que almejamos um país mais justo e progressista, estamos diante de uma encruzilhada, com apenas dois caminhos. Temos que seguir em frente, mas qual desses caminhos escolher?

Já conhecemos um pouco desses dois caminhos.
Em um deles dominaram os mais abastados, aquilo que denominou-se de elite. No poder suas principais ações favoreceram os poderosos, os Bancos, as multinacionais através das privatizações etc. Não existiu corrupção, desmandos, falcatruas, mensalão?

Claro que sim, talvez em maior escala (mensalão do PSDB, escândalo do Metrô, anões do orçamento, etc.) E houve uma grande diferença: ninguém foi preso, nem foi execrado perante a população, não pagou multa nem devolveu o dinheiro roubado.
E a vida do povo como era? Para resumir, desemprego maior, inflação maior, miséria e baixos salários.

E no outro caminho, o mais recente. Também corrupção, escãndalos do mensalão, da Petrobraz etc. Só com uma diferença. Todos foram julgados, execrados, devolveram dinheiro através das multas; os ladrões da Petrobras, presos, estão devolvendo milhões de dólares.

E a vida do povo?

40 milhões ascenderam à classe média; 22 milhões saíram da miséria; milhões de jovens, pobres e negros, chegaram nas faculdades, nos cursos de pós graduação e doutorado, aqui e no exterior, nas escolas técnicas através do Pronatec. Lá nos cafundós chegaram médicos, nas farmácias populares os pobres retiram remédios caros, gratuitamente. Milhares de famílias saíram dos barracos e adquiriram casa dignas, até com àgua quente, financiamento de móveis, motos ou automóveis nas garagens.

Para finalizar, ao perguntar para um peão de uma obra, recebi a seguinte resposta " antes eu não comia carne, hoje faço até churrasco"

Concluí: se hoje não tenho melhor opção, aquela que desejaria, mais honesta, mais competente, tapo o nariz e sigo com o mal lavado, apoiando, porém cobrando mais e combatendo os mal feitos. Só não vou andar como caranguejo, para traz.

Aluisio Arruda- Arquiteto em Cuiabá.