Hezbollah busca frustrar os planos do EI no Oriente Médio

O Movimento de Resistência Islâmica no Líbano (Hezbollah) disse que a vitória de segunda-feira (20) sobre o grupo terrorista Estado Islâmico (EI) foi uma "oportunidade de ouro" para frustrar os planos do grupo para o Oriente Médio.

Sayed Nasrallah - Al-Manar

"Hoje, o eixo da resistência tem condições de vencer, porque quando os resultados alcançados pelos planos dos inimigos é o fracasso, isso se traduz em o triunfo (para nós)", disse o secretário-geral do Hezbollah Seyed Hasan Nasrolá.

No entanto, o alto líder libanês lembrou que ainda há uma longa luta para conquistar a vitória final e que o elemento mais importante para obtê-la é manter a unidade e evitar provocações.

Nasrolá declarou ainda que a guerra imposta contra a Síria não pretende derrubar o governo do presidente Bashar al-Assad, e sim pretende impor um novo mapa no Oriente Médio.

"Os EUA se aproveitam do EI para que os países da região sintam medo e fiquem enfraquecidos e extenuados para que assim possam impor o seu domínio, especialmente na Síria e no Iraque", acrescentou.

Nasrolá enfatizou que não há controle total sobre a segurança do país e destacou a incapacidade e incompetência dos radicais para realizar operações terroristas na região da fronteira com a Síria.

"Os extremistas armados possuem duas opções: ou morrer de frio, ou remover sua roupa de guerra e ir para o Líbano ou para Síria", disse ele, quando recordou dos bombardeios do Líbano contra o EI.

Depois de reiterar a rejeição da coalizão contra o EI liderada pelos EUA, o líder do Hezbollah disse que seu objetivo principal é marcar as linhas vermelhas que impeçam a movimentação do grupo para a Arábia Saudita, Jordânia, e Curdistão.

Entretanto, ele observou que a recusa da Turquia em aderir à coligação possui motivação em sua intenção de alcançar sucessos estratégicos e geográficos e, assim, estender a sua influência para Aleppo, no noroeste da Síria.

"A Turquia não ajuda os curdos de Kobani e nunca ajudaria aqueles que ameaçam o EI", acrescentou.

Desde o último dia 16 de setembro, Kobani, na província noroeste de Aleppo, e um dos três principais enclaves curdos na Síria, é alvo de uma onda de ataques violentos e agressivos do EI.

Os ativistas do governo e curdos sírios, por sua vez acusam a Turquia de ajudar o EI ao atacar a cidade síria de Kobani, a fim de eliminar a presença curda na região e impor uma zona tampão protegida por uma zona de exclusão aérea no norte da Síria.

Esta posição da Turquia em relação a situação em Kobani provocou protestos em vários países do mundo, até mesmo no território turco.

O EI com milhares de membros europeus e americanos, controla algumas áreas do norte da Síria. Enquanto isso, o Líbano sofre desde 2011 ondas de atividade terrorista com uma crueldade incomum. O Hezbollah opera contra os grupos extremistas armados na Síria patrocinados do exterior, com o objetivo de prevenir a propagação do terrorismo no Líbano.

Fonte: Hispan TV