Profissionais do audiovisual de PE manifestam apoio a Dilma

 Uma foto em frente ao tradicional Cinema São Luiz em Recife (PE), marcou a posição de apoio de profissionais do audiovisual de Pernambuco à reeleição da presidenta Dilma Rousseff. A foto, feita terça-feira (14), rapidamente se espalhou nas redes sociais mostrando que os cineastas, videastas, produtores e jornalistas críticos de cinema tem grande identificação com o projeto de governo que mudou o Brasil.

Na foto estão ícones como Cláudio Assis, diretor dos premiados longas Amarelo Manga e Baixio das Bestas; Kleber Mendonça Filho, diretor do também premiado O Som ao Redor; e João Vieira Jr, produtor executivo de O Céu de Suely (2006), de Karim Ainouz, e O Rap do Pequeno Príncipe Contra as Almas Sebosas (2000), de Paulo Caldas e Marcelo Luna. “Tudo aconteceu de forma muito espontânea. Decidimos tirar a foto e postar nas redes, e rapidamente nos organizamos. Inclusive, mais gente do setor queria ter participado e não deu tempo”, conta o cineasta João Vieira Jr.

Na mobilização, realizada por meio das redes sociais, 130 pessoas expressaram seu apoio à candidata. Segundo o João, o apoio se deu porque os profissionais querem a continuidade das políticas públicas que têm reduzido a pobreza e melhorado a qualidade de vida da população brasileira.

“Estamos unidos e estamos juntos. Nenhum de nós em causa própria, nem somente pelo fortalecimento do audiovisual brasileiro. Estamos juntos pela continuidade de um projeto de Brasil que acreditamos e defendemos, com críticas e também com o devido reconhecimento dos avanços. Nós somos o Cinema Pernambucano, somos muitos mais”, conta Vieira Jr.

Conquistas do cinema brasileiro

O Setor Audiovisual brasileiro ganhou fôlego nos últimos 3,5 anos, sobretudo depois da promulgação da Lei 12485/11, a Lei da TV Paga. “O marco regulatório dinamizou o mercado, gerou demanda por novos conteúdos brasileiros e ampliou o financiamento da produção independente”, aponta matéria do Ministério da Cultura (MinC). A produção de conteúdo brasileiro saltou de 1.007 horas em 2011 para 3.884 horas em 2013.

De acordo com a pesquisa Contribuição Econômica do Setor Audiovisual Brasileiro, feito pela Tendências Consultoria Integrada para a Motion Picture Association na América Latina (MPA-AL) e o Sindicato Interestadual da Indústria do Audiovisual (SICAV), o segmento audiovisual foi responsável por 0,57% do PIB brasileiro em 2009, injetando diretamente na economia R$19,8 bilhões, e indiretamente R$ 15 bilhões (em valores de 2013, corrigidos pelo IPCA/IBGE). No mesmo ano, o faturamento bruto foi de R$ 42,8 bilhões, também a valores corrigidos.

Para o produtor pernambucano Marco Bonachela, a partir do governo Lula, o Ministério da Cultura (MinC) promoveu importantes conquistas e evoluções, como a consolidação do Plano e Sistema Nacional de Cultura e a retomada dos investimentos diretos a produção cultural via Fundo, em detrimento da Lei Rouanet.

“O Procultura e a PEC 150/13 são importantes ferramentas nessa engrenagem e a cadeia produtiva da cultura está atenta às tramitações dessas matérias. Especificamente no audiovisual, são bons indicadores de evolução das políticas públicas para a área, o fortalecimento das ações da Ancine (Agência Nacional do Cinema) e do Fundo Setorial do Audiovisual, através de programas como o Prodav (Programa de Apoio ao Desenvolvimento do Audiovisual Brasileiro), o Prodecine (Programa de Apoio ao Desenvolvimento do Cinema Brasileiro), o Brasil de Todas as Telas, e a consolidação de leis como a 12.485/2011, que estabelece patamares mínimos de participação das produções independentes nas programações das teles pagas”, explica Bonachela.

FSA

No final do ano passado, o MinC anunciou investimentos na ordem de R$ 400 milhões para o Setor Audiovisual, por meio das linhas de investimento do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA). O montante foi destinado, por meio de editais de seleção de projetos, para a produção e comercialização de filmes e séries para a TV.

O fundo é o mecanismo de fomento à produção e comercialização de conteúdos audiovisuais mais importante no Brasil. Entre dezembro de 2008 e dezembro de 2013, o FSA repassou verbas para 339 projetos de produção e distribuição, sendo 246 projetos de cinema e 93 para televisão.

Entre as linhas do FSA, destaque para o Sistema de Suporte Financeiro Automático, que destina R$ 40 milhões para as empresas que apresentem resultados de comercialização; e a linha que apoia projetos de longa-metragem com propostas de linguagem inovadora e relevância artística, no valor de R$ 20 milhões.

O MinC também colocou R$ 35 milhões no Programa Cinema Perto de Você, voltado para a expansão e digitalização do parque exibidor. Por meio desse programa, gerenciado pela ANCINE em parceria com o BNDES, o FSA já investiu mais de R$ 130 milhões na abertura de 259 salas em todo o país.

Todas as telas

Em julho, a presidenta Dilma lançou o programa Brasil de Todas as Telas, que vai investir R$ 1,2 bilhão no Setor Audiovisual para transformar o País em um dos cinco maiores mercados audiovisuais do mundo. O recurso, também do FSA, vai fomentar ao desenvolvimento, produção e difusão de conteúdos brasileiros, na capacitação de profissionais e na expansão das salas de cinema.

Dilma Rousseff destaca a importância do audiovisual para o Brasil. “O programa é parte do nosso esforço para fazer justiça a esta imensa criatividade do nosso País e transformá-la ainda mais na base de uma pujante indústria cultural nacional. Vamos fortalecer nossa indústria, criando recursos e condições para a produção audiovisual”.

A presidenta também lembra que o Brasil de Todas as Telas é o maior programa de apoio audiovisual já implementado. “Fico muito feliz de poder viabilizar esse projeto para a área do audiovisual. Esse é um projeto é histórico para toda a indústria do audiovisual”.

Só em outubro, por meio do programa, a ANCINE, o Banco Regional de Desenvolvimento Econômico do Extremo Sul (BRDE) e o FSA contemplaram 13 obras inscritas em quatro editais com R$ 7.907.447.

Entre as obras destinadas às TVs aberta e por assinatura, R$ 927.817 viabilizarão o projeto “Incertezas – Segunda Fase”, da Filmart Produções Artísticas (SP). Cinco projetos de longas-metragens de ficção e animação receberam juntos pouco mais de R$ 3,8 milhões. Foram comtemplados: “Saias”, da Lavoro Produções Artísticas (RJ); “Pequeno Dicionário Amoroso 2″, da Cineluz Produções Cinematográficas (RJ); “A Princesa Elymia”, da Stairs Jogos Eletrônicos; “Ponte Aérea”, da Morena Filmes; e “Amsterdam”, de Edson Soares do Nascimento receberão.

Foram destinados ainda mais de R$ 1,1 milhão para a comercialização de seis longas-metragens de ficção, animação e documentário: “Quase Samba”, da Bananeira Filmes (RJ); “Iván – De Volta para o Passado”, de Augustinho Pasko; “A História da Eternidade”, da AC Cavalcante Serviços; “Cidade de Deus – 10 Anos Depois”, da Cavídeo Produções; “Periscópio”, da Paleoteve Produção Cultural; e “Romance Policial”, da El Desierto Filmes.

Fonte: Sala de Imprensa/Campanha Dilma