Estudantes desaparecidos: Nova vala comum é encontrada no México

O governo mexicano anunciou na noite desta segunda-feira (27) a descoberta de uma nova vala comum nas proximidades da cidade de Iguala, onde 43 estudantes sob custódia policial desapareceram há cerca de um mês.

Estudantes desaparecidos: Nova vala comum é encontrada no México - Reprodução

De acordo com o procurador-geral do México, Jesys Murillo Karam, a polícia chegou ao local com informações de narcotraficantes detidos no domingo (26) sob suspeita de sequestrar os jovens.

No entanto, ainda não há confirmação se os corpos encontrados na vala comum têm ligação com o desaparecimento dos estudantes. Segundo a AFP, 56 pessoas foram presas até o momento sob suspeita de envolvimento no crime.

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Além de traficantes do cartel mexicano, agentes policiais, funcionários do governo e o presidente da Câmara de Iguala tiveram prisão decretada pela polícia local.

Na semana passada, o governador do estado mexicano de Guerrero pediu demissão do cargo após o aumento dos protestos que pediam repostas e cobravam sua renúncia. Ángel Aguirre anunciou que irá deixar o posto para "favorecer um clima político que permita resolver a situação de emergência".

Desaparecimento

Oitenta estudantes da escola rural para professores Raúl Isidro Burgos, da cidade de Iguala, viajavam em ônibus da empresa Costa Line. No dia 26 de setembro, estavam se organizando para coletar fundos para pagar a escola, uma das instituições rurais que, no México, representam a única forma de obter um nível de educação aceitável para milhares de estudantes.

Quando já iam sair dali, alguns patrulheiros da polícia municipal quiseram parar a caravana, que não quis parar. Os policiais, então, segundo o testemunho anônimo de um jovem presente no local, começaram a disparar em direção aos ônibus.

A princípio, os policiais dispararam contra os ônibus, mas, depois de algumas horas, quando os estudantes davam uma coletiva de imprensa para denunciar o ataque contra eles, outros homens sem uniforme, que muitas testemunhas reconheceram como policiais municipais, dispararam outra vez e, mais tarde, encheram de balas outro ônibus no qual viajavam jogadores da equipe local de futebol Avispones.

O saldo foi de seis mortos, três dos quais estudantes, e vinte feridos. Cinquenta e sete estudantes despareceram, sendo que vinte deles, como afirmam testemunhas oculares, foram levados à força por policiais de Iguala e do Estado de Guerrero. Quase duas semanas depois, 43 estudantes ainda estão desaparecidos.

Graças à pressão da imprensa e da sociedade civil, as autoridades federais encontraram seis fossas comuns clandestinas, com corpos carbonizados. No entanto, nenhum dos corpos identificados até o momento era dos estudantes.

Fonte: Opera Mundi