Sondagens apontam que disputa presidencial no Uruguai terá 2º turno

O ex-presidente Tabaré Vázquez, da coalizão Frente Ampla,  e o centro-direitista, do Partido Nacional, Luis Lacalle Pou disputarão, em 30 de novembro, o segundo turno das eleições presidenciais no Uruguai. Conforme indicam as projeções de consultorias privadas, divulgadas nesta segunda-feira (27), Vázquez teria obtido por volta de 47% dos votos nas eleições nacionais, seguido de Lacalle Pou com 31%.

Tabaré Vázquez e Lacalle Pou - Reprodução

O Partido Colorado, liderado por Pedro Bordaberry, aparece em terceiro lugar, com 13% dos votos, e já anunciou o apoio a Lacalle Pou no segundo turno. O minoritário Partido Independente teria obtido 3% dos sufrágios e conseguiria, pela primeira vez, uma cadeira no Senado.

Em discurso a simpatizantes, pouco depois da divulgação de novas projeções de consultorias privadas, que atribuíram à Frente Ampla 47% dos votos, Vázquez afirmou que seu partido estaria prestes a conseguir a maioria parlamentar, com a qual governo na última década.

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"É um enorme reconhecimento a nove anos de governo da Frente Ampla e ao nosso projeto de país", afirmou o médico de 74 anos.

Por sua vez, o candidato do Partido Nacional afirmou que "está intacta a possibilidade de ser governo" e afirmou que buscará o apoio de outro partidos. "Não se trata de um tema de maiorias ou não, se trata de chegar ao governo e, para isto, temos que conversar com o Partido Colorado e com outros partidos que ainda não se definiram como o Partido Indepeniente", disse o deputado de 41 anos.

O Tribunal Eleitoral, que faz a contagem de forma manual, espera divulgar os resultados oficiais ainda na manhã desta segunda-feira (27).

No mesmo pleito deste domingo, os uruguaios rejeitaram uma reforma constitucional que pretendia diminuir de 18 para 16 anos a idade a partir da qual é possível punir penalmente um jovem por crimes graves, uma vitória para as organizações sociais e a esquerda governista.

A reforma não alcançou 50% mais um dos votos para ser aprovada, segundo pesquisas de boca de urna dos institutos locais de pesquisas.

"Por sorte, o povo uruguaio não aprovou esta reforma retrógrada, reacionária e autoritária, que em nada teria contribuído para reduzir a delinquência. É uma das melhores notícias que recebi hoje", disse à AFP, com sorriso de orelha a orelha, o vice-presidente, Danilo Astori.

A reforma, promovida pelo candidato Pedro Bordaberry e apoiada pelo Partido Nacional, visava a reduzir a idade de responsabilidade penal para 16 anos em casos de homicídios, lesões corporais graves, roubo com violência, extorsão, sequestro e estupro, entre outros crimes.

Com informações da AFP