Vice de Aécio destila ódio contra PT e seus aliados em discurso 

No primeiro dia de trabalhos legislativos no senado após o segundo turno das eleições, os discursos no Plenário da Casa se dividiram entre a base governista, que comemorou a reeleição da presidenta Dilma Rousseff, e a oposição, que trouxe para suas falas a raiva e ódio destilados contra o PT e seus aliados durante a campanha. O senador Humberto Costa (PT-PE) rebateu o tucano. 

Vice de Aécio destila ódio contra PT e seus aliados em discurso

O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), vice na chapa do candidato derrotado Aécio Neves (PSDB-MG), reproduziu em seu discurso as falas dos tucanos em campanha e a tentativa de censurar as redes sociais. O candidato derrotado se disse vítima de calúnias e mentiras divulgadas no que chamou de "rede social petista".

“Fui pessoalmente agredido por canalhas escondidos nas redes sociais a serviço de uma candidatura”, acusou.

E recusou a tentativa da presidenta Dilma de diálogo. Segundo ele, com as acusações das redes sociais contra o candidato tucano Aécio Neves “de que Aécio espancava mulheres, que Aécio era drogado. (Quem) faz isso, para mim, não tem autoridade moral para pedir diálogo com ninguém! Comigo não!”, esbravejou.

“Assim que foi eleita, já deu uma declaração dizendo que propunha o diálogo. Volta a cantilena da reforma política atropelando o Congresso Nacional, recurso plebiscitário próprio dessa matriz bolivariana, que empesteia hoje a atmosfera que respiramos na política brasileira”, discursou o tucano.

Segundo ele, antes da reforma política, os tucanos querem continuar investigando a Petrobras. E ameaçou: “da minha parte, da nossa parte, nós não daremos trégua.”

E ao concluir, disse que “fui pessoalmente agredido por canalhas escondidos nas redes sociais a serviço do PT, a serviço de uma candidatura. Não faço acordo! Não quero ser sócio de um Governo falido e nem ser cúmplice de um Governo corrupto”.

Inverdades e calúnias tucanas

O senador Humberto Costa (PT-PE-foto), que falou em seguida, rebateu o candidato derrotado, dizendo que “em nenhuma forma o PT, como partido, ou a candidatura da Presidenta Dilma, ela como candidata, estimulou ou patrocinou algum tipo de agressão que tenha sido cometida por meio das redes sociais”.

E explicou que se as informações que circularam nas redes sociais eram patrocinadas pelos partidos e candidaturas, o PSDB deveria ser acusado de ter fraudado fatos políticos. “E nós preferimos dizer que isso aconteceu sob a responsabilidade de indivíduos, de cidadãos que utilizam inadequadamente as redes sociais. Não acusamos aqui o PSDB ou dissemos que tenham sido orientadas ou estimuladas por eles coisas gravíssimas como a divulgação, por exemplo, no dia da eleição, de que o doleiro Alberto Youssef teria sido assinado, envenenado pelo PT.”

“Chegaram a criar sites falsos, falsificaram a página do G1. No meu Estado, falsificaram a página de um dos blogueiros mais conhecidos de lá, Jamildo Melo, para tentar interferir no processo eleitoral”, contou Humberto Costa.

E defendeu uma legislação que garanta à Polícia Federal que “no momento em que mentiras, no momento em que fatos inverídicos, agressões forem postadas nas redes sociais, existam mecanismos legais para que elas possam ser retiradas o mais rapidamente possível, e que não sejam divulgadas inverdades, calúnias, coisas que ataquem a honra das pessoas”, propôs o líder petista.

E, ao contrário da fúria demonstrada pelo candidato derrotado, o senador do PT se solidarizou com Aloysio Nunes, afirmando que “nós nos solidarizamos com V. Exª por ter sido vítima desses ataques, que condenamos também. Ao mesmo tempo, quero dizer a V. Exª que não aceitamos também que seja o nosso Partido colocado como o causador disso. Quem faz isso é gente criminosa, é gente que precisa ser identificada e devidamente processada e punida.”

De Brasília
Márcia Xavier