Catalunha se prepara para consulta por independência, neste domingo

Apesar da suspensão pelo Tribunal Constitucional espanhol e em um panorama confuso, Catalunha prepara-se para realizar uma consulta independentista, neste domingo (9), no que alguns qualificam como dia da não volta.

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As perguntas da discórdia com o governo espanhol já estão impressas: Quer que Catalunha seja um Estado? e, em caso afirmativo Quer que este Estado seja independente?

No meio da tensão, mais de 40 mil voluntários estão prontos para supervisionar a votação em 938 dos 947 municípios catalães, onde se instalaram 6.430 urnas em 1.255 colégios.

A Generalitat (sistema institucional de autogoverno catalão) anunciou, depois de uma reunião das forças que apóiam a iniciativa, a decisão de manter a responsabilidade da organização, mas aclarou que sua execução estará nas mãos de voluntários.

Esta precisão procura neutralizar advertências do governo espanhol por meio de sua vice-presidenta, Soraya Sáez, que indicou ao presidente da Generalitat, Artur Mais, que não pode forçar aos cidadãos a descumprir a lei.

Sáez expôs que o governo não atuará se a consulta é realizada pela sociedade civil, ainda que evite confirmar se se realizará alguma ação judicial ou policial.

O Tribunal Constitucional suspendeu primeiro um referendo convocado pelo parlamento catalão, logo uma consulta proposta pelo governo regional e recusou os recursos apresentados contra ambas as decisões.

Em uma tentativa legal de última hora, a Generalitat apresentou ontem no registro do Tribunal Constitucional um recurso para reconsiderar e deixar sem efeito a admissão a trâmite da impugnação apresentada pelas autoridades espanholas.

O governo catalão declarou que não se tratou de um recurso de súplica, como se informou, mas de um trâmite para clarificar o alcance das decisões sobre a suspensão cautelar do processo, devido a declarações de vários membros do Governo central.

A afirmação das autoridades catalãs de que manterão a responsabilidade, mas não a execução da consulta e as advertências de Sáez sem precisões concretas acrescentaram mais incerteza em relação com o que sucederá a jornada deste domingo.

Os partidos e grupos defensores do direito a decidir chamaram a uma participação em massa em uma tentativa de outorgar maior peso político a um ato sem validade jurídica, mas que sem dúvidas terá forte influência no futuro da Catalunha e do pais.

Fonte: Prensa Latina