Comissão apresenta nesta quarta projeto que muda meta de superávit

O senador Romero Jucá (PMDB-RR) foi indicado na tarde desta terça-feira (11) na Comissão Mista de Orçamento (CMO) para relatar o projeto que o governo enviou ao Congresso alterando a meta de superávit primário deste ano. De acordo com o texto, o governo poderá abater do superávit todo o gasto com ações do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e com as desonerações tributárias concedidas neste ano, sem especificar um valor.

Relator apresenta amanhã parecer sobre projeto que muda meta de superavit

Jucá disse que vai apresentar seu parecer nesta quarta (12) e que espera “um debate duro, mas consistente”. “Temos a responsabilidade de fazer os ajustes necessários”, disse o senador, que também é relator-geral da proposta orçamentária para 2015.

O projeto será analisado na comissão e depois no plenário do Congresso Nacional (sessão conjunta de deputados e senadores).

O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, afirmou que a proposta deverá ser discutida com todos os partidos para ser aprovada com rapidez, já que essa revisão do superávit é uma questão de Estado. Ele esteve reunido na hora do almoço desta terça (11) no Palácio do Planalto com o presidente em exercício, Michel Temer, para discutir o tema.

Déficits nas contas públicas

A meta oficial de superávit primário para este ano é de R$ 116,1 bilhões para o governo federal (incluindo as estatais), segundo a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) em vigor. A mesma lei permite que a meta seja reduzida em R$ 67 bilhões, equivalente ao PAC e às desonerações. Com isso, o governo só precisava perseguir, na prática, uma meta de R$ 49,1 bilhões.

O problema é que sucessivos déficits nas contas públicas – o último verificado agora em setembro – levaram o Executivo a admitir que não alcançará o valor definido na lei.

Conjuntura econômica

A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, que participa nesta terça-feira (11) de audiência na CMO para debater a proposta orçamentária para o ano que vem, também falou sobre o projeto que alterou a meta de superávit. Segundo ela, a mudança é necessária porque o Brasil enfrenta uma conjuntura econômica diferente da época em que a LDO foi feita.

Ela apresentou números de outros países que apontariam uma queda na atividade econômica no mundo. A ministra afirmou que “o Executivo está comprometido em fazer o maior superávit primário possível”. A ministra disse, porém, que o governo não abrirá mão da execução de investimentos.

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Com informações da Agência Câmara