Investimento externo continuará entrando, preveem analistas do mercado

Estimativa para entrada de investimentos estrangeiros diretos (IED) no país é de US$ 60 bilhões neste ano. E de US$ 58 bilhões em 2015, revela pesquisa do Banco Central.

Dinheiro

Os analistas do mercado financeiro, consultados semanalmente pelo Banco Central, apostam que os investidores estrangeiros continuam interessados no setor produtivo brasileiro e vão manter os investimentos nessa área. A previsão do mercado é de estabilidade, com uma entrada de investimentos estrangeiros diretos (IED) no país de US$ 60 bilhões neste ano.

De acordo com os dados do Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (24), pelo Banco Central, a estimativa para o IED em 2015 também ficou estável, com o aporte de recursos previsto em US$ 58 bilhões.

A uma semana da próxima reunião do Comitê de Politica Monetária (Copom), do Banco Central, o mercado também manteve a aposta de que o órgão fará um novo ajuste na taxa básica de juros da economia brasileira (a Selic) que, na expectativa dos analistas consultados, deve subir mais 0,25 ponto porcentual em dezembro. A próxima reunião do Copom será realizada nos dias 2 e 3 de dezembro.

Com isso, a taxa, que avançou de 11% para 11,25% ao ano no fim de outubro, subiria para 11,50% ao ano no final de 2014. Para o fechamento de 2015, a previsão permaneceu em 12% ao ano – indicando a expectativa de uma nova alta em 2015.

A taxa básica de juros é um dos instrumentos do Banco Central para conter a inflação. Pelo sistema brasileiro de metas de inflação, a meta central fixada para 2014 é de 4,5%, podendo variar até dois pontos para cima, atingindo 6,5%, ou para baixo.

A expectativa dos economistas para a inflação oficial do ano de 2014, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA/IBGE), foi ajustada de 6,4% para 6,43%. Para 2015, a previsão subiu de 6,4% para 6,45%.

Em novembro, no entanto, a prévia mensal desse indicador (o IPCA-15), divulgada na última semana, apresentou-se abaixo das previsões feitas pelos analistas do mercado financeiro, com uma desaceleração de 0,38% contra 0,48% em outubro. Mesmo assim, o mercado manteve a previsão de alta 0,60% para novembro. E a estimativa de dezembro avançou de 0,69% para 0,73%.

Otimismo quanto ao PIB

As apostas do mercado para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2014 passaram, na última semana, de uma alta deste ano de 0,21% para 0,2%. Para 2015, a estimativa de expansão da economia permaneceu em 0,8%. O PIB representa a soma de todos os bens e e serviços produzidos em território brasileiro.

A instabilidade do mercado repercutiu no câmbio, com um avanço na previsão do mercado financeiro para a taxa no fim de 2014 de R$ 2,53 para R$ 2,55 por dólar. Para o término de 2015, a previsão dos analistas para a taxa de câmbio avançou de R$ 2,61 para R$ 2,65 por dólar.

Na vida real, fora da pesquisa Focus, a prévia do PIB, medida pelo Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), indica que o país cresceu no terceiro trimestre deste ano, saindo da recessão técnica. O IBC-Br, indicador criado para tentar antecipar o resultado do PIB, avançou 0,6% no terceiro trimestre deste ano, na comparação com os três meses anteriores. Foi a maior expansão desde o segundo trimestre de 2013, quando o indicador avançou 1,47%.

Somente em setembro, a prévia do PIB cresceu 0,4%. Segundo números revisados pelo BC, teria crescido 0,2% em agosto e 1,47% em julho deste ano. Com isso, a economia brasileira teria registrado, em setembro, o terceiro mês consecutivo de crescimento. O último mês que o IBC-Br apresentou retração foi no final do segundo trimestre, em junho, quando teve queda de 1,49%.

A confirmação de um eventual crescimento do PIB oficial entre julho e setembro, medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), só será conhecida, no entanto, na próxima sexta-feira (29).

Fonte: Portal Brasil