Aprovação dos vetos prenuncia derrota da oposição na meta fiscal

O PSDB jogou suas fichas na não- aprovação dos 38 vetos apostos pela presidenta Dilma em diversos projetos aprovados no Congresso. Com a “torcida” generosamente da mídia, como você pode ver aí na matéria de O Globo.

Por Fernando Brito*, publicado no Tijolaço

O Globo sobre vetos da Dilma - Reprodução

Com isso, a pauta ficaria “trancada”, impedindo a votação da mudança na lei orçamentária e, consequentemente, mantendo um superavit fiscal que desconsiderava, na sua totalidade, as reduções de impostos dadas pelo governo às empresas, como forma de manter o nível de emprego e da atividade econômica.

Apostava na falta de quórum (votos em branco não contavam) e perdeu, com a aprovação de todos os vetos, onde havia, como se diz por lá, matérias capazes de desagradar a “gregos e goianos”.

Assim, vai começar a sessão que vota a mudança do Orçamento. Se a incapacidade das lideranças medíocres do PMDB não repetirem os erros regimentais que, desde a semana passada, que se faça esta votação com garantias jurídicas.

E se desarma mais uma armadilha para o recomeço do governo Dilma, num Congresso que se divide entre o ódio e a fome.

É preciso, digo aos puristas e impacientes, entender as dificuldades institucionais que se enfrenta.
O que, é claro, não nos exime de nenhum de nossos compromissos com o povo brasileiro e muito menos de nosso dever de reafirma-los.

E muito menos nos proíbe de participar do jogo de pressões e contra-pressões que marca os governos, sobretudo quando de sua composição.

Mas lembrando sempre de que aquela que está lá não entregou a rapadura nem mesmo diante de ameaças muito maiores, na ditadura.

PS. Como já se imaginava, com a condução primária da sessão do Congresso por Romero Jucá e Renan Calheiros, caiu, por falta de quorum, a reunião de deputados e senadores. Só na terça-feira. A novela continua por mais uma semana.

*Fernando Brito é jornalista e editor do Tijolaço