Cop 20, na busca de novos compromissos

Acontece em Lima, Peru, a 20ª Conferência das Partes da Convenção Marco das Nações Unidas sobre a Mudança Climática (Cop 20), e a 10ª reunião das Partes do Protocolo de Quioto (Cop 10).

Cineaga de Zapata - Cuba

A conferência, na qual se examinarão os avanços para frear o aquecimento global, abre suas portas de 1 a 12 de dezembro.

Estima-se a presença de mais de 15 mil delegados, entre presidentes, ministros, empresários e cientistas de mais de 190 países, além de centenas de representantes da sociedade civil que participam em diversas atividades paralelas à Cimeira Oficial.

É uma das melhores ocasiões para mostrar e aproveitar as oportunidades de gerar espaços de encontro, intercâmbios, e projeções de diversas ordens, ainda que a prioridade seja avançar no esboço de um novo acordo que substituirá a partir de 2020 o protocolo de Quioto para a redução de gases de efeito estufa.

A julgamento de especialistas, a negociação será complexa, já que envolve posições diversas acerca do tema do financiamento, a mitigação na emissão de gases à atmosfera, adaptação, transferência tecnológica e a construção de capacidades.

O papel das florestas e seu valor, dada a capacidade que têm para a captura de carbono, os instrumentos de mercado, a vulnerabilidade dos estados insulares, entre outros temas.

A Cop 20 de Lima continuará com o acordado na Cop 19 de Varsóvia, que se desenvolveu em novembro de 2013, e espera entregar um esboço de acordos para ser assinado na Cop 21 de Paris em 2015. Espera-se que este consiga o novo compromisso vinculante que permita aos países seguir crescendo, mas ao mesmo tempo diminuir suas emissões de gases de efeito estufa, responsáveis pelo aquecimento global e a mudança climática.

No entanto, corresponde aos países industrializados assumir as principais obrigações neste processo, em razão de suas responsabilidades históricas.

Quiçá por isso alguns veem com bons olhos o recente anúncio feito pelos dois maiores contaminantes do planeta, China e Estados Unidos. No marco da cimeira da Apec (Foro de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico), recém realizada em Pequim, o presidente estadunidense Barack Obama e o chinês Xi Jinping comprometeram-se em reduzir as emissões para 2030.

A esse respeito, Christiana Figueres, secretária executiva da Convenção Marco das Nações Unidas sobre a Mudança Climática, manifestou que “dois países cruciais anunciaram importantes vias para avançar para um futuro melhor e mais seguro para a humanidade”.

Ainda segundo ela, "este anúncio conjunto propõe uma oportunidade tanto no plano prático quanto político para avançar para o novo acordo climático universal de Paris, no final de 2015. Reconhece que combater a mudança climática não se faz com um plano de cinco ou dez anos, mas que é um compromisso a longo prazo para manter o aumento da temperatura global abaixo de 2 graus centígrados neste século".

De acordo com o mais recente relatório do Painel Governamental sobre Mudança Climática (IPCC), conhecido como AR5, a interferência humana no clima é clara e está crescendo, e seus impactos se observam em todos os continentes.

Se não for contida, a situação fará com que se eleve a probabilidade de impactos graves, generalizados e irreversíveis nas pessoas e nos ecossistemas.

O documento, baseado em estudos e conclusões produzidas por mais de 800 cientistas, mostra a necessidade de aumentar a ação dos governos e da sociedade em seu conjunto para limitar o aquecimento global.

Terá então que ver se a partir da reunião de Paris 2015 começam a assumir compromissos concretos.

Fonte: Prensa Latina