Presidente da Colômbia espera que cessar-fogo seja definitivo

O cessar-fogo unilateral por tempo indefinido das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), anunciado na última quarta-feira (17), começou à meia-noite e um deste sábado (20) na Colômbia.

Juan Manuel Santos - Agência Efe

"Recebemos com satisfação as reações construtivas da opinião pública em torno de nossa decisão de cessar hostilidades de maneira unilateral e por tempo indefinido com vigilância nacional e internacional como gesto de arrefecimento do conflito", escreveu o secretariado do Estado-Maior central das Farc em comunicado divulgado na manhã de sábado (20).

O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, disse também no mesmo dia, que espera que o cessar-fogo se torne "bilateral e definitivo" para colocar um ponto final no conflito armado que o país vive há meio século.

"Hoje começou um cessar-fogo por parte das Farc, unilateral e por tempo indefinido, que eu espero que se transforme em um cessar-fogo bilateral e definitivo e ponhamos fim a uma guerra de 50 anos", disse o líder durante uma visita à Bahia Portete, na fronteira norte com a Venezuela.

Horas antes do início do cessar-fogo, na sexta-feira (19), cinco soldados colombianos morreram, cinco ficaram feridos e um desapareceu em um enfrentamento com as Farc em Cauca, na região oeste do país, segundo fontes oficiais.

Santos disse na quinta-feira (18) que seu governo não aceita as condições das Farc para esta trégua que, segundo a organização guerrilheira, "deve se transformar em armistício" e só será suspensa se suas unidades forem atacadas.

O governo rejeita a possibilidade de um cessar-fogo bilateral e considera que uma supervisão internacional só deve ser aplicada no final do processo de paz, quando tiver sido negociado o ponto do fim do conflito, o último da agenda de negociações de paz que estão sendo realizadas em Havana (Cuba).

No comunicado da manhã deste sábado, as Farc pediram que Santos "acolha sem reservas o cessar-fogo" e que "não se interponha ao desejo de um povo que quer conhecer seu país sem o estrondo das bombas e das metralhadoras".

O cessar-fogo foi condicionado ao fato das unidades das Farc não serem atacadas pelas Forças Armadas da Colômbia, algo que o governo rejeita porque considera que um cessar-fogo bilateral deve ser uma consequência do fim do conflito e não parte das negociações que já completam dois anos.

Fonte: Opera Mundi