Retrospectiva 2014: acontecimentos econômicos na China

Em um ano em que a taxa de crescimento foi a mais lenta desde a década de 1990, as autoridades chinesas controlaram o avanço econômico com a intenção de atingir níveis estáveis enquanto se impulsionam as reformas estabelecidas na terceira plenária do PCCh realizada em novembro de 2013.

Esse encontro do Comitê Central do Partido Comunista da China (PCCh) no ano passado estabeleceu os passos econômicos de 2014, concentrados na reestruturação e na transição e no aumento do PIB com pequenos movimentos em vez de grandes medidas de estímulo.

Esses acordos do PCCh foram reforçados pela Assembleia Popular Nacional (parlamento) em março passado, que se comprometeu a conseguir qualidade no crescimento e na reestrutura econômica mais do que conseguir um aumento do Produto Interno Bruto.

Entre os principais acontecimentos econômicos da China em 2014 destaca-se a assinatura com a Rússia, na presença dos presidentes Xi Jinping e Vladimir Putin, de um contrato de gás natural por 30 anos que os especialistas chamaram de histórico e que está avaliado em 400 bilhões de dólares.

Dessa forma, acrescentam os especialistas, a China assegura se converter no maior país do mundo quanto ao uso de energia com uma fonte estável de combustível limpo.

Destaca-se também a inauguração da empresa gigante chinesa do comércio online Alibaba na Bolsa de Nova York, que conseguiu um recorde de 21 bilhões 800 milhões de dólares em sua primeira oferta pública.

A Alibaba está avaliada em 231 bilhões 400 milhões de dólares, e é maior que a combinação da Amazon.com a eBay.

O controle da empresa chinesa Lenovo do negócio de servidores da Ibm e a compra da Google em outubro da Motorola Movility – por um preço de dois bilhões 910 milhões de dólares – colocaram essa poderosa empresa entre as principais do mundo.

A aquisição dos servidores permitiu a Lenovo chegar ao terceiro lugar no mundo depois da Hewlett-Packard e Dell, enquanto seu negócio com o Google a posicionou como a terceira maior produtora de telefones inteligentes do planeta, só antecedido pela Apple e a Samsung. Uma relação dos acontecimentos econômicos mais relevantes de 2014 publicado pelo jornal China Daily se refere, entre outros, às numerosas investigações antimonopólio relizadas nesse país ao longo do ano com base na legislação correspondente, vigente há seis anos.

Sobre o assunto, a Comissão Nacional de Reforma e Desenvolvimento anunciou em agosto passado a maior multa imposta na China (201 milhões de dólares) contra 12 fornecedores japoneses de peças de automóveis por condutas de monopólio vinculadas aos preços.

As investigações abarcaram também empresas produtoras de lentes de contato, empresas tecnológicas e fabricantes de medicamentos, recordou o matutino.

Outras medidas de 2014 foram a flexibilização das restrições de propriedades e hipoteca e a promoção da iniciativa do cinturão econômico na antiga Rota da Seda para impulsionar a cooperação regional.

A realização de acordos de livre comércio entre as economias das regiões Ásia-Pacífico, pactuados na Cúpula do Fórum APEC realizada em Pequim em novembro passado, e os acordos bilaterais pactuados entre China-Coreia do Sul e China-Austrália, também são relevantes neste 2014.

Analistas em Pequim destacam que as autoridades chinesas continuarão seus esforços para nivelar o crescimento econômico, ao mesmo tempo em que aprofundar as reformas, aliviam as restrições para o funcionamento das regras do mercado e tomam ações para abrir mais sua economia.

Fonte: Prensa Latina