Centrais cobrarão do governo: "trabalhadores não podem pagar a conta"

Centrais sindicais e governo já tem data para sua primeira reunião de 2015. Como pauta principal, as centrais irão questionar o governo sobre o pacote de medidas apresentado em dezembro de 2014, que prevê mudanças no acesso a alguns benefícios trabalhistas e previdenciários. 

Centrais sindicais ato 9 de abril

Nesta quinta-feira (1º), em seu discurso de posse, a presidenta Dilma Rousseff,  reassumiu compromisso com preservação de direitos sociais, mas, pelo visto, isso não convenceu muito o movimento sindical.

De acordo com informações da Rede Brasil Atual, as centrais devem ser recebidas novamente pelo ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, daqui a três semanas, para discutir estratégias e avaliar a conjuntura.

A preocupação cresce à medida que se identifica um Congresso com perfil ainda mais conservador do que o atual, o que pode abrir caminho para iniciativas de retirada ou "flexibilização" de direitos.

Em entrevista à RBA, o presidente da Central dos Trabalhadotes e Trabalhadoras do Brasil CTB, Adilson Araújo, reafirmou que os primeiros indícios apontam um ano de "muita complexidade". E a medida provisória com mudanças nos benefícios soou como "um balde de água fria" para os sindicalistas, apesar do discurso feito ontem. Ele avalia que os sinais vão no sentido "de que tudo será voltado para um ajuste fiscal, o governo vai fazer todos os esforços para a construção da chamada austeridade monetária".

Adilson ainda destacou que "me preocupa que isso venha a resultar em cortes nos investimentos públicos e, consequentemente, em arrocho". Ela emenda: "O mundo está diante de uma crise de grandes proporções, mas nós não podemos nos render ao discurso do mercado."

"A presidenta Dilma tem de enxergar que seu primeiro grande teste de força é não romper com os movimentos sociais. O preço que a classe trabalhadora pode pegar em defesa do governo é lutar pela estabilidade, mas não podemos abrir mão de nossas conquistas. Precisamos pressionar o governo para estar cada vez mais próximos dos anseios da população", completou o dirigente da CTB.

Mesma linha, Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), que também apoiou a candidatura Dilma, disse ter se sentido "desconfortável" com as medidas anunciadas na semana passada.

O dirigente ainda salienta que o movimento sindical está "consciente sobre as dificuldades no aspecto macroeconômico. O governo tem de acertar pontos econômicos, mas nunca com retirada de direitos, conforme compromisso de campanha".

Da Redação em São Paulo
Com informações da RBA