Rossetto assume e reafirma compromisso com o diálogo permanente

O novo ministro Miguel Rossetto, que no primeiro mandato de Dilma respondia pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário, recebeu nesta sexta-feira (2) de Gilberto Carvalho o cargo de chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, em cerimônia no Palácio do Planalto. O evento foi marcado pela emoção dos presentes, principalmente funcionários da Presidência que conviveram com Gilberto Carvalho, que deixa a pasta que ocupou por quatro anos, mas está há 12 anos no Palácio do Planalto.

Miguel Rosseto assumindo a secreetaria-geral da República - Agência Brasil

Carvalho agradeceu à equipe que chefiou na Secretaria-Geral. Responsável pela articulação do governo com os movimentos sociais, a pasta coordena setores como a Secretaria Nacional da Juventude e a Secretaria Nacional de Participação Social. Dizendo receber a pasta com alegria, honra e responsabilidade, Rossetto prometeu continuar o trabalho, ampliar a participação popular e avançar na agenda definitiva do povo brasileiro que resumiu na reforma política.

“Temos uma orientação clara da presidente Dilma Rousseff no sentido de ampliarmos o diálogo da sociedade brasileira, toda sociedade civil. Vamos sim dar continuidade a um diálogo permanente, respeitoso, verdadeiro, de tal forma que possamos a partir de uma agenda de mudanças, de reformas que quer a sociedade brasileira, possamos construir grandes e boas políticas para povo brasileiro”, declarou Rossetto em entrevista coletiva após a transmissão do cargo.

Emoção

Mais cedo, durante discurso, Gilberto Carvalho considerou que conseguiu, 12 anos depois, se manter fiel aos princípios que tinha quando o PT assumiu o governo: engajamento para com os excluídos, pelo socialismo, luta social, contra a ditadura, além de não se deixar seduzir pelos rituais do poder. “Acabei de abraçar um companheiro e comecei a chorar, que é companheiro dos catadores, e dizer que vocês são a alegria e a razão da nossa luta e de tudo aquilo que a gente tentou construir nesse tempo”, disse. No Salão Nobre do Planalto e na rampa que dá acesso ao terceiro andar, muitos funcionários eram vistos chorando.

Carvalho foi enfático ao dizer que os integrantes do governo não devem levar desaforo para casa e responder a “quem disse que perdeu a eleição para uma quadrilha”, referindo-se a declaração feita pelo tucano presidenciável, o senador Aécio Neves.

“Eu quero responder dizendo que esta é a nossa quadrilha. Porque para eles, pobre é quadrilha. É esta a quadrilha dos pobres, que foi injustamente vencido na história, que foi o tempo todo marginalizada, e que agora estamos sendo tratados com o mínimo de dignidade, começa a ser. Com muito orgulho eu quero dizer.: eu pertenço a essa quadrilha e nós vamos continuar mudando esse país”.

Compromisso com o povo

“A imensa maioria dos nossos companheiros, ministros, assessores, trabalha é por amor, para servir. Nós não somos ladrões, nós não somos ladrões. Eu volto para casa depois de 12 anos, com a minha quitinete rural e com meu apartamento que eu estou devendo aqui para o Banco do Brasil, eu digo isso com muito orgulho”, continuou o agora ex-ministro.

Ao final de sua fala, Gilberto Carvalho disse que deixa “abacaxis” para Rossetto, mas citou momentos que o orgulham como a desintrusão de terras indígenas e disse ficar “encantado” o amadurecimento político dos movimentos sociais que mantiveram sua autonomia “brigando” com o governo.

Um desses desafios já foi adiantado por Rossetto em sua fala: “O nosso país foi capaz de acabar com a fome do povo brasileiro. E será capaz de estancar o sangue da juventude brasileira que corre nas periferias das grandes cidades, especialmente o sangue da juventude negra”, respondeu, classificando este como “tema sagrado”.

Fonte: Agência Brasil