SP: Alckmin anuncia cortes fiscais; crise hídrica continua sem solução

Conforme anunciado após tomar posse para o seu quarto mandato como governador de São Paulo, o tucano Geraldo Alckmin apresentou nesta sexta-feira (2) o congelamento de R$ 6,6 bilhões de valores previstos no orçamento aprovado pela Assembleia Legislativa de São Paulo. A medida irá envolver todas as pastas do governo estadual, inclusive Educação, Saúde e Segurança Pública. O montante envolve gastos com custeio (R$ 4,4 bilhões) e recursos para investimentos e (R$ 2,2).

Crise água - Foto Montagem

De acordo com Geraldo Alckmin, uma das áreas envolvidas no contingenciamento em investimento será a de infraestrutura. O tucano não deu mais detalhes, mas garantiu que a medida não irá atrasar o cronograma de obras do Metro e da CPMT.

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O governador também anunciou uma redução de 10% nos atuais recursos de custeio e um corte de 15% dos cargos comissionados, em posições atualmente vagas e ocupadas. O governador não soube detalhar quantos cargos isso representa em valores absolutos. Segundo a última pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), relativa a 2013, o governo de São Paulo tem 14.731 funcionários em cargos comissionados, na administração direta e indireta.

De acordo com Alckmin, a medida envolverá secretarias, autarquias e fundações. O tucano havia considerado, após ser reeleito, reduzir o número de secretarias estaduais, como uma medida de ajuste fiscal. Ele, no entanto, desistiu da iniciativa para acomodar partidos aliados na máquina pública.

Crise hídrica

Também nesta sexta-feira (2), o novo presidente da Sabesp, Jerson Kelman, que concedeu entrevista ao jornal Folha de S.Paulo disse que a situação hídrica de São Paulo ainda é crítica. "Olhando para frente, a situação de São Paulo é preocupante, é grave, e temos que torcer pelo melhor, mas estar preparados para o pior", disse ele.

Kelman apenas pediu para que a população continue economizando. E advertiu que o uso consciente da água é crucial para evitar medidas mais drásticas em 2015.

Ao tomar posse para mais um mandato, o governador Geraldo Alckmin se colocou como principal voz da oposição, no cenário político nacional. Sua ofensiva ao governo federal faz parte do jogo político, pois claro, o governador não assume sua parcela de culpa diante dos vários problemas criados pelos 20 anos dos tucanos à frente da administração do Estado.

Como pré-candidato à presidência da República em 2018, Alckmin certamente vai tentar mostrar que está "bastante preocupado" em solucionar a crise de abastecimento de água no estado mais próspero do país. Só esqueceu-se de agradecer em seu discurso que pediu socorro à presidenta Dilma, logo que passou a campanha eleitoral, para “salvar” o governo estadual com investimentos em obras hídricas.

O último dado, divulgado nesta quinta-feira (1º/1), aponta que o Sistema Cantareira operava a 7,2% de sua capacidade. No ano de 2014, a perda representou quase meio trilhão de litros, ou seja, 2014 começou com o nível do reservatório em 27,2% e terminou com 7,2%. Porém, com a utilização das duas cotas do volume morto (a primeira elevou o manancial em 18,5 pontos percentuais e a segunda em 10,7 pontos percentuais) é como se os reservatórios tivessem iniciado 2014 com um volume acumulado de 56,4%. Assim, a queda foi 49,2% durante o ano, o número representa 492 bilhões de litros.

Se Alckmin tinha em seus planos alcançar voos mais altos, deveria ter se preocupado antes com os avisos de falta de investimentos em infraestrutura hídrica para abastecer os lares paulistas. Este continuará sendo o seu maior desafio em 2015.

Da redação do Vermelho,
Com informações das agências